Dezenas de padarias de vários Estados da Venezuela estão a limitar a quantidade de pães que os clientes podem comprar, devido a uma redução forçada da produção, ocasionada pela falta de farinha de trigo.

“Nas últimas semanas o abastecimento da matéria-prima tem ocorrido de maneira irregular. Há inclusive algumas padarias que estão fechadas porque não têm farinha e outras estão a trabalhar com farinha emprestada”, explicou o proprietário de uma padaria à Agência Lusa.

O mesmo padeiro explicou que optou “por reduzir a produção e a quantidade de pão que cada pessoa pode comprar, para fazer durar o limitado inventário durante mais algum tempo”.

Em Caracas, as vitrinas de várias padarias em Chacaíto, La Florida, Chacao, Los Chorros, La Carlota, Los Cortijos, Los Ruices e Los Dos Caminos, estavam hoje parcialmente vazias, exibindo apenas alguns tipos de pão, enquanto nalguns sítios os clientes queixavam-se de que não conseguiam o que procuravam.

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O presidente da Federação de Trabalhadores da Farinha, Juan Crespo, disse hoje aos jornalistas que a falta de trigo obrigou à redução do horário de trabalho no setor da moagem e à paralisação de 12 moinhos, prevendo que o reduzido inventário termine antes do fim de julho.

Por outro lado, explicou que a demanda nacional de farinha de trigo, na Venezuela, é de 70.000 toneladas mensais e que apenas 10.000 toneladas estão em processo de chegada ao país.

Vários comerciantes confirmaram telefonicamente à Agência Lusa que também nos Estados venezuelanos de Arágua, Carabobo, Bolívar e Anzoátegui, os padeiros foram obrigados a reduzir a produção e a limitar a quantidade de pão que os clientes podem comprar diariamente.

Os comerciantes atribuem a situação a dificuldades para obter dólares para a importação de matéria-prima e à fixação de preços máximos de venda ao público, imposta pelo Executivo.