“Os rótulos são para as latas, não para as pessoas”. Foi com esta explicação que a Coca-Cola decidiu retirar o logótipo das suas latas vendidas nos países do Médio Oriente. O objetivo é encorajar os consumidores a não se julgarem, a ultrapassarem os preconceitos, conta a Business Insider.

A campanha está em curso durante o Ramadão, embora não deixe as latas descaracterizadas: a onda branca em cima do fundo vermelho, características icónicas da Coca-Cola, permanece na embalagem. Dou outro lado, o slogan da campanha anti-preconceito. O nome da bebida, nem vê-lo.

coca-cola-middle-east-no-label-ramadan-2015-750

Imagem: Coca Cola Middle East

Mas não é apenas a mudança de packaging (embalagem) que está a marcar a campanha da Coca-Cola, diz a Campaign India. A marca emitiu um vídeo que mostra seis pessoas à volta de uma mesa, a conversarem sobre elas próprias com a luz apagada. E toda a gente ficou impressionada quando as luzes se acendem: aqueles que todos achavam ser o “nerd” do grupo tinha afinal o corpo coberto de tatuagens e aquele que se pensava ser o cantor de heavy metal não tinha o cabelo até ao fundo das costas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Um dos homens chegou a admitir que, se não tivesse conversado com o homem tatuado antes de olhar para ele, provavelmente não lhe dirigia a palavra. E é precisamente esta tendência humana para “etiquetar” o outro que inspirou a Coca-Cola.

O vídeo e a estratégia de comunicação foram criados pela FP7 e pela Memac Ogilvy, duas empresas de marketing e publicidade com representações fortes no Médio Oriente. Nas declarações prestadas pela Coca-Cola, a marca admite que a campanha é o modo de uma marca mundialmente reconhecida marcar um lugar na luta contra os preconceitos.

Mas esta não é a primeira campanha onde a Coca-Cola mostra como o preconceito contamina o pensamento. Recorde este vídeo: em Espanha, a marca pediu a algumas pessoas que entrassem numa casa, olhassem para a fotografia de uma pessoa e depois dissessem o que tinham achado daquela pessoa com base na aparência.

Ninguém ficou indiferente ao facto de o homem com barba longa não ser agressivo e trabalhar com crianças, do homem negro com blusa de manga cava ser afinal um especialista em informática e da idosa não achar que “antigamente é que era bom”.

https://www.youtube.com/watch?v=gASeWAwQ96A

Texto editado por Filomena Martins