O défice da balança comercial aumentou em 2014, após três anos de diminuição, com as exportações a registarem uma subida homóloga de 1,8% e as importações a crescerem 3,2%, divulgou esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os resultados preliminares do comércio internacional em 2014 mostram que o saldo das transações comerciais de bens com o exterior atingiu um défice de 10.676,7 milhões de euros, o que significa um aumento de 966,8 milhões de euros face a 2013.

A evolução desfavorável verificada no comércio Intra-União Europeia (UE) foi decisiva para o défice da balança comercial, já que o saldo da balança Extra-UE de bens registou uma evolução positiva.

No comércio Intra-UE, as exportações cresceram 2,7% e as importações 7,1%, registando-se aumentos de 1,8% e 6,6%, respetivamente, para os países da zona euro.

O peso relativo dos países terceiros nas exportações totais de Portugal, contrariamente à evolução dos anos anteriores, diminuiu em 2014 para 29,1% (-0,6 pontos percentuais face a 2013).

A venda de bens ao estrangeiro totalizou 48.177,1 milhões de euros, enquanto as compras atingiram 58.853,8 milhões de euros.

Os maiores défices verificaram-se com Espanha, Alemanha e Itália, enquanto os maiores excedentes registaram-se com Angola, França e Estados Unidos da América.

Espanha continuou a ser o país com maior peso nas transações comerciais de bens, tanto a nível de exportações (23,5%) como de importações (32,5%), tendo França superado a Alemanha como segundo maior cliente externo. No seu conjunto, representaram 46,9% das exportações.

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Espanha, Alemanha e França foram igualmente os principais fornecedores de bens, sendo responsáveis por 51,9% das importações em 2014.

As máquinas e aparelhos, veículos e outro material de transporte e combustíveis minerais mantiveram-se no topo da lista de produtos exportados, enquanto os combustíveis minerais e as máquinas e aparelhos continuaram a ser os mais importados.

Tanto as exportações como as importações de combustíveis minerais diminuíram, refletindo a redução dos preços nos mercados internacionais e a paragem das refinarias nacionais, para trabalhos de manutenção, no início de 2014.

Devido ao acentuado decréscimo das importações de combustíveis minerais, o maior excedente comercial passou a registar-se nas trocas de bens com Angola.

Os maiores défices comerciais verificaram-se nas transações de combustíveis minerais, produtos químicos e agrícolas, enquanto os maiores excedentes foram registados nas trocas de minerais e minérios, calçado e pastas celulósicas e papel.