A Agência Internacional da Energia considera que o ajustamento no preço do petróleo, que caiu cerca de 50% desde junho do ano passado, “ainda não chegou ao fim” e, por isso, o preço ainda pode descer mais.

O ajustamento no mercado do petróleo, que começou no ano passado, ainda vai continuar o seu caminho e o nível mínimo de preços “pode ainda estar por definir”, de acordo com a Agência Internacional da Energia.

Numa nota sobre as condições de mercado, citada pelo Financial Times, a agência afirma que o processo de ajustamento pode estender-se “até meados de 2016”, uma vez que a produção, liderada pela OPEP, continua a aumentar e a procura tem estado a suavizar-se.

O mercado, diz, tem uma “enorme sobre-oferta”, ou seja, há mais petróleo do que aquele que os compradores querem comprar, e também por isso os preços têm vindo a descer desde junho do ano passado, quando atingiram os 115 dólares por barril.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A oferta de petróleo subiu 500 mil barris por dia em junho, para 96,6 milhões, mais de 3,1 milhões do que no mesmo mês do ano passado, disse a AIE num relatório.

“A capacidade do mercado para absorver essa sobre-produção não é provável que dure; a capacidade de armazenamento em terra é limitada, e o número de petroleiros armazenadores também, e as refinarias não nascem de um dia para o outro, portanto alguma coisa vai ter de ceder”, disse a Agência.

Essa “alguma coisa”, diz a AIE, pode ser o petróleo de xisto dos Estados Unidos, cuja oferta tem crescido exponencialmente nos últimos meses, sendo um dos fatores que fez os preços descerem.

Na última semana, o preço do petróleo nos dois lados do Atlântico caiu significativamente, com o petróleo de Brent a cair para 55 dólares na segunda-feira e subindo até aos 59 dólares na sexta-feira, um nível que, ainda assim, é quase 50% inferior ao de junho de 2014.