O ministro da Economia, Pires de Lima, disse “perceber as queixas” dos empresários da restauração que reclamam uma descida da taxa de IVA, mas reiterou que as “prioridades fiscais” do Governo para “reduções” são o IRC e o IRS.

“Percebo as queixas. Compreendo-as muito bem. Mas devo ser solidário com aquilo que são as prioridades fiscais do Governo e devo registar como muito positiva a capacidade do setor hoteleiro e da restauração de crescer ainda que com uma fiscalidade mais elevada”, disse o governante.

Pires de Lima vincou que não quer “antecipar cenários”, quando questionado sobre uma possível descida da taxa do IVA, considerando “muito importante que os políticos não vendam, em função das agendas eleitorais, ilusões”.

“As prioridades fiscais em termos de reduções foram definidas pelo Governo e são IRC, que também beneficia o turismo e a restauração, e IRS. É nestas duas prioridades que nos devemos concentrar”, referiu.

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O ministro da Economia disse querer manter o “esforço de consolidação orçamental” para “poder manter um IVA no turismo baixo [6% no alojamento em estabelecimentos do tipo hoteleiro]” e para “conseguir continuar a redução do IRC e também para reduzir gradualmente a carga fiscal sobre as pessoas que vivem do seu trabalho”.

Pires de Lima, que falava à margem das jornadas “Empreendedorismo no Turismo – Visitar o Futuro” que hoje decorrem numa unidade hoteleira de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, aproveitou para “dar nota do papel” que, segundo disse, “o empreendedorismos está a ter na nossa recuperação económica, a começar pelo setor do turismo”.

“Os dados que prevemos para este ano para o nosso crescimento económico são superiores a 1,5%. Esses resultados, e também a redução gradual do desemprego, não seriam possíveis se não estivesse a aumentar o número de novas empresas”, disse o governante.

O ministro da Economia assinalou que durante os primeiros cinco meses de 2015 constituíram-se 17.164 novas empresas em Portugal, o que corresponde, apontou, “a mais de 10% de igual período de 2014 e 2013 e cerca de mais de 30% daquilo que se verificava nos anos de 2009, 2010, 2011 e 2012”.

“No setor do turismo, esta capacidade de empreender é especialmente revelante: 2.106 novas empresas arrancaram na área do turismo e da restauração. É mais de 16% daquilo que acontecia em igual período de 2014 ou 2013 e cerca de mais de 40% daquilo que se verificava há quatro anos atrás”, descreveu.

Questionado sobre o acordo com o Irão que foi assinado hoje, a discussão em volta da privatização da TAP ou o ambiente político e económico que se vive na Europa em função da situação da Grécia, Pires de Lima escusou-se a comentar estes temas, vincando que enquanto ministro da Economia está “focado” na economia portuguesa, reforçando que esta está “numa onda positiva que merece ser valorizada”.