Comprar, vender, trocar ou oferecer bilhetes. A ideia é simples e resolve um problema que não escolhe idade ou gosto musical: o que fazer aos bilhetes que quer devolver e não pode? Em 2013, Michael Pimenta comprou uma entrada para o NOS Alive, mas um imprevisto de última hora impossibilitou-o de ir. Quis devolvê-lo, mas não podia. Tentou vendê-lo no mercado secundário. E não foi o único.

O primeiro passo para lançar a Sticket.in estava dado. Porque não juntar todos os potenciais compradores e vendedores do mercado secundário num só sítio? A ideia agradou a Afonso Barbosa, cofundador da startup, e ao grupo de business angels (investidores particulares) luxemburgueses que investiu no projeto. E – aparentemente – ao grupo de 25 mil utilizadores que num ano se registou na plataforma e comprou/vendeu/trocou mais de sete mil bilhetes.

Nas vésperas de Afonso Barbosa se mudar com a família para Silicon Valley, nos Estados Unidos da América (EUA), mais uma boa-nova: a Sticket.in foi a grande vencedora do programa de aceleração de empresas da Startup Braga e prepara-se agora para receber um investimento de 100 mil euros da sociedade de capital de risco do grupo Caixa Geral de Depósitos, a Caixa Capital.

Não é uma estreia para Afonso Barbosa, empreendedor desde os 20 anos, já lançou seis empresas – quatro permanecem ativas, e é ele quem se prepara para trocar Braga por Silicon Valley. O que tem a Sticket.in que outros não tenham? “Uma componente social muito forte”, explica Afonso ao Observador.

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“Temos um grupo no Facebook com 62 mil pessoas e, juntamente com as páginas” chegamos a cerca de 85 mil pessoas. Se eu for comprar um bilhete no site, vejo o nome e a fotografia da pessoa que está a vender e comunico com ela por mensagem. E a própria comunidade protege-se”, explica.

Sem interferência nos preços que são praticados, a Sticket.in recomenda que os bilhetes sejam postos à venda ao preço que é praticado no mercado primário. E não recebe comissões – por enquanto.

“Neste momento, não estamos focados em ganhar dinheiro, mas em crescer”, diz. O objetivo passa por – quando atingirem os 150 mil utilizadores – taxarem as transações com uma comissão que pode ir de 5 a 10%. Por enquanto, só recebe uma comissão da Ticketbis, afiliada da Sticket.in.

Com crescimentos mensais na ordem dos 30%, já chegou a crescer 8% por dia, revela Afonso Barbosa. Os planos passam por, no futuro, alargar a área de negócio – porque não aproveitar a plataforma para reservar boleias ou estadias em hotéis?

Atualmente, trabalham quatro pessoas na startup: duas em Portugal, uma no Reino Unido e Afonso Barbosa vai estar a tomar as rédeas da empresa nos EUA. É para isso que os 100 mil euros vão servir: para arrancar com a angariação de utilizadores em solo norte-americano – o site já está preparado com informação em inglês e alguns bilhetes para compra. “Este investimento vai permitir que ataquemos o mercado com outra garra”, diz.

Na terça-feira, as 11 empresas que participaram na segunda edição do programa de aceleração do Startup Braga apresentaram os seus projetos a investidores. As inscrições para a terceira edição arrancaram esta quarta-feira.