A saúde portuguesa tem “todas as condições para a internacionalização”, defendeu o responsável pela tutela, Paulo Macedo, durante a 11.ª conferência sobre economia da saúde, em Rostock, na Alemanha.

“Temos uma medicina de alta qualidade, equipamentos e estruturas públicas e privadas modernas, conhecimento científico e tecnológico avançado. Temos empresas tecnológicas de base saúde altamente diferenciadas, com caminho internacional de sucesso percorrido, onde a inovação é a sua matriz diferenciadora. A internacionalização tecnológica e científica, nomeadamente a investigação clínica e os ensaios clínicos são já hoje, e nesta fase, um motor em aceleração que turbina o ‘conhecimento'”, afirmou o governante.

Recordando aos 140 milhões de euros conseguidos de financiamento para a investigação em 2014 no programa Horizonte 2020, Paulo Macedo abordou também os acordos firmados entre os hospitais portugueses e instituições de caixas públicas de saúde de outros países ou seguradores internacionais.

O governante aludiu ainda à importância do turismo de saúde e à sua relação com o turismo médico e científico e às áreas de excelência conseguidas em Portugal em várias áreas, como na oftalmologia ou transplantação hepática, cardíaca e renal.

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“A este respeito da internacionalização da saúde, impõe-se sempre fazer referência enfática à singular condição de Portugal estar integrado na comunidade de língua oficial portuguesa, com países como Angola, Brasil ou Moçambique, cujas autoridades anseiam por elevar os seus cidadãos a patamares mais elevados de cuidados de saúde”.

Portugal, defendeu Paulo Macedo durante a conferência, “é hoje um país atrativo, com facilidades fiscais e com vantagens assinaláveis, que radicam no capital de credibilidade e ambição e de segurança do investimento”.

A questão do envelhecimento ativo e a pressão exercida sobre os estados naquilo que diz respeito a novos medicamentos inovadores e tratamentos que exigem grandes custos mereceu igualmente a atenção do governante, que exigiu um “debate que deve ser europeu e com soluções europeias, que resguardem as economias mais frágeis de uma possível captura financeira por gigantescos empórios industriais farmacêuticos”.

Paulo Macedo disse também que o sistema público de saúde está hoje dotado de robustez suficiente para começar a preparar-se para a sua autonomia e para lançar as bases para assegurar a atratividade para o exercício profissional em dedicação plena.

O serviço nacional de saúde (SNS), que se “constitui como um tema de amplo consenso nacional”, deve ser “pedra angular da vida nacional”, após “saradas ineficiências, contidos desperdícios, anulados maus funcionamentos, corrigidas irregularidades, tratadas iniquidades”.

Feito este caminho, continuou Paulo Macedo, o SNS preocupa-se agora com a sua otimização: “aproveitamento integral dos recursos disponíveis, cuidadosa monitorização dos custos, criteriosa distribuição das oportunidades, rigorosa atribuição das prioridades, intenso esforço de atualização tecnológica em instrumentos médicos e em medicamentos, ativo incremento das oportunidades de formação dos profissionais”.

Portugal é o país convidado da 11.ª conferência de Rostock e está representado pelo ministro da Saúde, pelo embaixador português em Berlim, Luís de Almeida Sampaio, e pela Centro PT Health Alliance, estrutura suportada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, que engloba hospitais, universidades, parques tecnológicos, Administração Regional de Saúde, Turismo do Centro, Ageing @Coimbra e várias empresas