O diretor da Agência Espacial Europeia quer instalar na Lua um laboratório para astronautas e robôs, que seja também uma base para missões a Marte, um centro de exploração mineira e um complexo turístico.

Johann-Dietrich Woerner, o novo responsável para os próximos quatro anos da Agência Espacial Europeia (ESA na sigla inglesa), disse em entrevista à agência noticiosa espanhola EFE que se propunha “criar na face obscura da Lua uma ‘aldeia lunar'”, a qual não teria “casas, bairros e igreja”, mas apenas “um lugar onde os diversos países pudessem aplicar as suas competências através de astronautas ou de robôs”.

O engenheiro civil alemão, de 60 anos, partilhou na sede da agência, em Paris, a sua visão científica para o futuro da organização, por entre ideias para captar investimento.

O laboratório “teria um telescópio” propiciador de uma melhor observação do que a feita a partir da Terra”, disse Woerner, acrescentando que a ‘aldeia lunar’ serviria também o ser humano “como ponto intermédio para chegar a Marte”.

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O local ofereceria ainda “a oportunidade para desenvolver a mineração lunar e a atividade turística”, defendeu o novo responsável da ESA.

Com base no sucesso alcançado pelo projeto da sonda espacial Rosetta, Woerner salientou que “alguns cidadãos estavam errados” ao pensarem que as pessoas só se interessavam pelo “retorno financeiro dos investimentos”.

“As pessoas estão muito mais interessadas em ciência e exploração espacial”, afirmou.

O projeto descrito por Woerner, semelhante ao que a Agência Espacial Americana (NASA) pretende há anos, tem no horizonte a substituição dos módulos da Estação Espacial Internacional (EEI), que orbita a Terra desde 1998, como modelo da colaboração internacional no espaço.