775kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Teste: será que é narcisista?

Este artigo tem mais de 5 anos

Gostar de si mesmo não é um defeito e pode mesmo trazer vantagens. Mas o narcisismo é um "comportamento tóxico" que em exagero se transforma numa patologia. Descubra se deve estar preocupado.

É importante que se tenha autoestima, mas o amor próprio não deve ser desmedido
i

É importante que se tenha autoestima, mas o amor próprio não deve ser desmedido

Getty Images

É importante que se tenha autoestima, mas o amor próprio não deve ser desmedido

Getty Images

Se tivesse de descrever uma pessoa narcisista, que palavras usaria? Provavelmente começava por lhe chamar vaidosa e egoísta. Lembrar-se-ia de alguém que repete até à exaustão a palavra “Eu”.

Será que é este o seu caso? O Observador preparou um teste composto por três partes, cada uma com algumas perguntas propostas pelo Telegraph. Mas atenção: não há base científica neste teste e trata-se apenas de um desafio lúdico.

Vamos testar o seu narcisismo!

Primeiro, vamos descobrir se tem défice de narcisismo, que é como quem diz, se precisa de aumentar a sua autoconfiança… ou então de apaziguá-la. São apenas três perguntas e recorde-se: não têm caráter científico.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Continuemos. O próximo conjunto de três perguntas permite perceber se é ou não saudável. Sim, porque confiar em si mesmo também pode ser uma virtude. Pode avançar!

Eis o teste final: com a resposta a estas três perguntas fica a saber se deve encher as paredes de casa com espelhos… ou então desfazer-se de todos os objetos que reflitam o seu rosto. Responda com honestidade, mas não se esqueça: estas perguntas são meramente lúdicas.

Narcicismo: não é desagradável, é uma doença

É o que explica a Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. O Distúrbio de Personalidade Narcisista parece ser causado por uma “privação de afeto” muito precoce, que pode ser corrigido ao entrar na vida adulta ou então marcar o caráter do indivíduo até ao fim da vida. O que acontece é que a pessoa procura tanto por admiração que ela própria tenta colmatar essa lacuna. Mas atenção: não é um fenómeno tão comum quanto isso e a sua forma severa apenas afeta 1% da população mundial.

A maioria são apenas pessoa carentes, de acordo um estudo de pequenas dimensões levado a cabo este ano e publicado na Social Cognitive and Affective Neuroscience: a Universidade de Kentucky juntou 50 estudantes e observou neste grupo que “o narcisismo surge em parte de uma desconexão neural entre a noção de pessoa e de recompensa”, algo que seria compensado pela imodéstia.

Não deixa por isso de ser uma convivência tóxica, ressalva a terapeuta Kathy Caprino, na Forbes: estar rodeado de pessoas narcisistas – mesmo não sendo no seu estado mais agressivo – pode ser “verdadeiramente devastador”. Desde colegas de escola até aos colegas de trabalho, os narcisistas estão em todo o lado e isso foi algo que Kathy Caprino descobriu no Linkedin, depois de publicar o texto “Seis comportamentos tóxicos que nos deixam de pé atrás“, que se tornou viral. Na caixa de comentários entraram opiniões de pessoas que lidavam todos os dias com pessoas capazes de as diminuir,ao exaltarem-se a elas próprias. Era uma espécie de “bullying”, escreve a terapeuta.

Então como se pode identificar um narcisista? A Mayo Clinic enumerou onze tópicos que ajudam a descobrir se é ou está próximo de alguém com personalidade narcisista. São eles:

  • Ter uma sensação exagerada de auto-importância.
  • Esperar ser reconhecido por um superior, mesmo sem realizar algo que o justifique.
  • Exagerar ao conversar sobre as suas conquistas e talentos.
  • Estar preocupado com fantasias sobre sucesso, poder, fulgor e beleza.
  • Acreditar que é superior e que apenas pode ser compreendido por pessoas igualmente especiais.
  • Necessitar de constante admiração.
  • Sentir que tem direito ao que quiser.
  • Esperar por favores especiais e que todos concordem com ele próprio.
  • Ter dificuldade em entender as necessidades e sentimentos alheios.
  • Ter inveja dos outros e acreditar que os outros o invejam.
  • Comportar-se de forma arrogante, insolente e soberba.

Quando o narcisismo é algo positivo

Selfies por todo o lado e grandes pensamentos publicados no Facebook. Depois são “gostos” a caírem no mural que aumentam o ego e enaltecem a genialidade do que fazemos. A tecnologia parece ter generalizado o narcisismo, como se as pessoas gostassem de se amar cegamente. Mas será mesmo assim?

Alguns psicólogos realçam que uma certa dose de narcisismo pode ser saudável: é uma forma de nos motivarmos e de termos o mesmo efeito nos outros. Basta que olhemos para Steve Jobs, exemplificam os autores de “Narcisismo Líder e Efeitos: o efeito de contrabalança na humildade líder“. De acordo com o artigo do Washington Post, “os líderes narcisistas que se comportam com humildade podem ajudar a evitar que o narcisismo danifique a eficácia da sua liderança”, sendo eles os responsáveis por criar um ambiente harmonioso entre os indivíduos. E são capazes de equilibrar o seu caráter, porque têm noção de que certos comportamentos tóxicos têm apenas efeitos negativos na equipa que coordenam.

É na inovação e criatividade que os narcisistas levam a melhor: de espírito mais arrojado e mais preparados para a competição, as pessoas narcisistas estão mais dispostas a correr riscos por acreditarem mais nelas próprias. É o que escreve Jack Gonçalo, psicólogo social da Universidade de Cornell, no Research Digest, depois de ter pedido a 200 pessoas – avaliadas previamente sobre o narcisismo – que dessem ideias para um filme de Hollywood. As que foram rotuladas como narcisistas foram reunidas e deram mais ideias e de forma mais entusiasta. A CBS explica o fenómeno: de acordo com a opinião de Jack Gonçalo, a presença de dois narcisistas fomenta o espírito de competição, levando ao esforço por um desempenho superior.

Narciso: que história é essa?

A discussão em redor da importância dada ao indivíduo é um assunto que remonta à Grécia Antiga, quando já Aristóteles dizia que “o homem bom é particularmente egoísta”. Foi também da cultura helénica que saiu a lenda que conduziu ao termo “narcisismo”.

Narciso era um homem de beleza incontornável que despertava paixões por onde quer que passasse. Nasceu do amor entre Céfiso e a ninfa Liriope, mas tinha vindo ao mundo com uma maldição: se alguma vez encarasse o próprio rosto estaria condenado à morte.

Narciso vivia em solidão: desde criança que evitava todos os objetos que pudessem refletir a sua imagem e nunca se tinha apaixonado por considerar que ninguém merecia o seu amor. Um dia, enquanto passeava num bosque, Narciso ouviu uma voz que repetia sempre as suas últimas palavras. Tratava-se de Eco, uma ninfa muito faladora que tinha caído de amores por Narciso e o seguia para todo o lado.

Aquela voz deixou Narciso atarantado: desejava tanto conhecer o rosto dela que acabou por se apaixonar por alguém que não conhecia. Foi então que encontrou um lago e olhou para água, encontrando o próprio rosto. E achou-o tão belo e formoso que se enamorou por ele próprio, julgando ser o autor da voz misteriosa.

A maldição cumpriu-se: Narciso caiu no lago e morreu afogado, angustiado de paixão pelo próprio rosto. E conta a lenda que até no rio Estige, em cujas águas mortíferas navegou com Hades até à última morada, Narciso continuou em busca do rosto. No fundo daquele lago, nasceu uma flor em memória do homem: um narciso.

Texto editado por Helena Pereira

Assine a partir de 0,10€/ dia

Nesta Páscoa, torne-se assinante e poupe 42€.

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver oferta

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Assine a partir
de 0,10€ /dia

Nesta Páscoa, torne-se
assinante e poupe 42€.

Assinar agora