Pela primeira vez desde a subida ao poder de Kim Jong-un, em 2011, os norte-coreanos foram a eleições. A votação decorreu este domingo e serviu para “eleger” os governantes das províncias, cidades e os deputados das assembleias locais, refere a CNN. A adesão foi de quase 100%. Nem podia ser de forma diferente.

Apesar de o país ter mais de 25 milhões de habitantes, as escolhas são limitadas. Cada distrito tem direito a apresentar um único candidato, previamente escolhido pelo Partido dos Trabalhadores, liderado por Kim Jong-un. O boletim de voto apresenta apenas duas opções — “sim” ou “não” –, sendo que votar “não” é considerado um ato de traição. “Significa que, politicamente, alguém está contra o regime”, explicou à CNN um desertor.

Todos os norte-coreanos com mais de 17 anos são obrigados a votar. Até porque, as eleições, também servem para monitorizar a população. “O governo revê a lista de votantes e se o teu nome não estiver na lista, eles investigam”, contou o desertor. É graças às eleições que, muitas vezes, o governo dá conta das pessoas que fugiram do país. “Se as autoridades descobrem que não votaste, tu e a tua família correm perigo”.

As eleições regionais realizaram-se pela primeira vez em 1999. A adesão costuma rondar os 100%, de acordo com a agência de notícias da Coreia do Norte (ACNC). Em 2011, a ACNC relatou que 99,7% da população tinha votado para “eleger” o representante local. Os restantes 0,3%, que falharam a votação, encontravam-se no estrangeiro.

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