O presidente do conselho de administração do Montepio, António Tomás Correia, disse hoje que os associados e clientes da instituição “podem estar descansados” porque a sua relação com o banco é segura.

“Os associados do Montepio e os clientes do Montepio podem estar tranquilos e descansados porque as suas poupanças e a sua relação com o Montepio está segura, está preservada, e é uma relação de futuro e de sucesso”, afirmou António Tomás Correia aos jornalistas, em Pedrógão Grande, norte do distrito de Leiria.

Hoje o jornal Público noticia que o “Banco de Portugal denuncia Montepio ao Ministério Público”, referindo que “o supervisor detetou falhas nos mecanismos de controlo de operações financeiras suspeitas de indiciarem crimes de branqueamento de capitais”.

O presidente do conselho de administração adiantou que “o Montepio tem vindo a desenvolver todo o seu trabalho num quadro em que os associados e os clientes do Montepio têm evidenciado uma grande confiança na instituição”, mas considerou que “notícias desta natureza que, ainda por cima são falsas, como a própria Procuradoria-Geral da República veio desmentir, não deixam de causar alguma inquietação”.

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Em resposta a questões colocadas pela Lusa a Procuradoria disse que “até ao momento, não deu entrada na Procuradoria-Geral da República qualquer expediente com o teor referido”.

O responsável do Montepio garantiu hoje não haver nenhuma queixa, realçando ser “absolutamente impensável que uma coisa dessas possa acontecer nas práticas do Montepio”.

Referindo que “o Banco de Portugal não tem interferido em coisa nenhuma”, António Tomás Correia explicou que a instituição que lidera “tem feito o seu próprio caminho, de modernização do seu modelo de governo”.

“Começámos a solicitar isso algures em 2008 – e fui eu próprio que tive essa iniciativa – e apenas demos mais um passo no sentido da modernização do modelo de governo do Montepio, que é uma instituição com 175 anos, uma instituição que trabalha para a dimensão humana, que respeita as regras de uma forma exemplar, uma instituição de pessoas, e como instituição de pessoas acho que deveria merecer mais respeito e mais cuidado”, defendeu.

O responsável notou que o Montepio tem tido “uma paciência evangélica”, porque anda a ser “causticado” desde agosto do ano passado.

“Eu bem sei que este ano é um ano muito particular no Montepio, é um ano eleitoral. Somos uma casa que praticamos a democracia interna e, portanto, os órgãos sociais são eleitos através de eleições em que participam todos os associados do Montepio”, cerca de 650 mil, pelo que é “natural que candidatos a alavancar candidaturas alternativas cedam a tentações”, observou.

António Tomás Correia considerou ainda ser bom que “os órgãos de comunicação social estejam atentos e que, pelo menos, usem o contraditório quando são confrontados e acreditem que quando alguém fala em ‘on’ com certeza que, ao dar a cara, não quer correr o risco de dizer coisas que não sejam verdadeiras, enquanto outros que se escondem atrás do ‘off’ e se permitem dizer todo um conjunto de coisas ao abrigo do registo de proteção na fonte”.