A oposição já reagiu à entrevista que Pedro Passos Coelho deu, esta quinta-feira à TVI. Os socialistas definiram o tom e disseram que o primeiro-ministro lida “mal com a verdade”. PCP seguiu-lhe o caminho e afirmou que Passos parece estar convencido de que uma “mentira mil vezes repetida passa a ser verdade”. O Bloco de Esquerda assinou por baixo e disse que o chefe do Executivo “esteve mal, porque negou uma realidade conhecida por todos”.

“O senhor primeiro-ministro tem um problema de credibilidade e lida mal com a verdade e deve passar a tentar lidar melhor, por respeito a todos os portugueses, mas, sobretudo, também por respeito para com ele próprio”, acusou o deputado Pedro Nuno Santos, em declarações à TVI.

O deputado socialista continuou, sublinhando que “o primeiro-ministro falou de um país que não é aquele em que os portugueses vivem, falou de resultados que não atingiu, falou de uma escola pública que nós não temos, de uma saúde pública que nós não conhecemos”.

Pedro Nuno Santos acusou também Pedro Passos Coelho de “descaramento”, ao afirmar que os “pensionistas mais pobres não foram atingidos pela austeridade, porque não tiveram de pagar o complemento extraordinário de solidariedade”, recordando que aqueles também foram atingidos pelos cortes.

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Já Carlos Gonçalves, deputado do PCP, disse que Passos “às vezes parece convencido de que uma mentira mil vezes repetida passa a ser verdade. “Mas não passa”, acrescentou o comunista. “A realidade das dificuldades dos portugueses, dos trabalhadores, do nosso povo, das dificuldades do país estão aí para desmentir o senhor primeiro-ministro”, sublinhou também à TVI Carlos Gonçalves.

Para o deputado do PCP, o “país não está melhor e não caminha para melhor”, salientando que a dívida pública aumentou, à semelhança do desemprego e da pobreza. “É evidente que a situação não está melhor, é evidente que é preciso mudar de Governo”, disse.

Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do BE, também não poupou críticas ao primeiro-ministro. “Pedro Passos Coelho esteve muito mal, porque negou uma realidade conhecida por todos, do desemprego, das dificuldades da emigração, incapaz de reconhecer até aquilo que o Tribunal de Contas dizia sobre os estágios”.

Para o deputado bloquista, o primeiro-ministro “inverteu os valores” e tentou “colar as suas ideias e os seus números”, mas “nunca aquilo que as pessoas conhecem ou sentem”.

“Realmente o que nós percebemos é que o primeiro-ministro, que ao longo de quatro anos incumpriu todas as suas promessas, chega agora a um período de campanha eleitoral para apresentar ao país um programa de destruição, de desemprego, de degradação dos serviços públicos, da educação, da saúde, da justiça, mas principalmente em estado de negação”, salientou.

Segundo o dirigente bloquista, Pedro Passos Coelho tenta “impingir às pessoas” mentiras e diz o “contrário do que é a realidade”.