O ex-ministro da Energia da Grécia Panagiotis Lafazanis admitiu em duas entrevistas publicadas este domingo que tinha um plano para a saída da Grécia do euro e que este envolvia confiscar cerca de 20 mil milhões de euros de reservas em notas junto o banco central para financiar esse esforço. Lafazanis avisa que se Tsipras enveredar por um caminho diferente do escolhido pelos eleitores, terá a maioria do Syriza contra si.

Depois de o jornal britânico Financial Times ter publicado uma notícia onde descrevia o plano B do ex-ministro da Energia para fazer regressar a Grécia ao Dracma, que envolveria mesmo a prisão do atual governador do Banco central da Grécia caso este não cooperasse, e dos desmentidos do atual Governo, agora é o próprio a admitir parte do que veio a público.

Panagiotis Lafazanis, que foi afastado do Governo após o voto contra o primeiro pacote de medidas de austeridade resultante do último acordo com os credores ser aprovado no Parlamento grego, e que tem votado sempre contra estas medidas, diz que estava a ser preparado um plano que levaria à apreensão dos 20 mil milhões de euros em notas através de um decreto governamental, mesmo sem a autorização do BCE.

O antigo governante, agora deputado, criticou ainda a estratégia de Alexis Tsipras e diz que ao Governo faltou a vontade política para explorar o caminho da saída da zona euro, algo que defende que deve ser explorado, e avisa o primeiro-ministro que se insistir neste caminho, vai perder o apoio da maior parte do seu partido.

Lafaznis entende que o euro não é um tema tabu e que uma eventual saída da zona euro “não é de todo um desastre”. Pelo contrário, apesar das dificuldades que provocaria temporariamente durante a transição, o ex-governante entende que seria mais fácil aplicar medidas que estimulassem a economia e criassem em emprego.

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