Às vezes temos de dizer “não” a algumas propostas para, no futuro, podermos dizer “sim” a uma que realmente valha a pena. Esta podia ser uma lição com a assinatura de Cara Delevigne. A modelo de 22 anos está a surpreender a crítica com o papel no filme “Paper Towns” (Cidades de Papel), o primeiro grande trabalho como atriz. O sucesso chega depois de Cara ter recusado várias propostas habitualmente feitas a manequins, mas com as quais Cara não se identificava.

A própria conta ao Guardian que rejeitou papéis de “miúdas estúpidas, como o American Pie 27” ou o papel da “modelo sueca ou inglesa” que morre sempre no fim. “Pensei que estava a ser maluca por recusar papéis quando o que eu mais queria era ser atriz, mas percebi que a minha dignidade era mais importante do que isso”, explica. Cara confessa que ser modelo lhe estava a “matar a alma” e diz que chegou a um ponto de “limão espremido” até à última gota. A modelo de 22 anos já foi a cara da DKNY, Yves Saint Laurent, La Perla e Fendi e já deu a cara e o corpo inúmeras vezes a capas de revistas.

Em Cidades de Papel, Cara interpreta Margo, uma miúda aventureira, de espírito livre, que arranja um companheiro com quem engendra uma série de aventuras e peripécias para se vingar, de uma forma divertida, do ex-namorado. O próprio estilo da personagem foge dos ares sensuais ou sexuais. Como escreve o Guardian, o crítico Justin Chang diz que Cara é “a grande descoberta do filme” e acrescenta: “esta atriz impressionante está para ficar”. Eis o trailer do filme:

Embora Cara Delevigne seja hoje mais conhecida pelos desfiles para a Chanel, por ser uma das musas de Karl Lagerfeld ou pela excentricidade, o seu desejo desde miúda é a representação. “Sempre quis representar, desde os meus quatro anos. Eu odiava-me quando era mais pequena, por isso queria ser outras pessoas”, conta.

Embora se possa pensar que a carreira de Cara ainda agora começou, por não a conhecermos há assim tanto tempo e por ela ter 22 anos, a verdade é que Cara fez o primeiro trabalho como modelo aos 10 anos, para a Vogue Itália, com o fotógrafo Bruce Weber.

Agora, nas audições para Cidades de Papel, o realizador Jake Schreiber revela que a sua performance “levou os atores às lágrimas”. Cara Delevigne explica que se inspira em Charlize Theron, hoje atriz de sucesso, com um passado de modelo de sucesso. Se se pode concluir que as recusas passadas valeram a pena, é preciso assumir também que essa escolha implica confiança. E exemplos de inspiração.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR