Representantes dos credores da Grécia (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) vão iniciar esta segunda-feira conversações com as autoridades gregas para um novo empréstimo ao país. O Financial Times escreve, contudo, que os representantes da troika continuam a não ter o acesso pleno às informações e dados financeiros dos vários Ministérios, o que lança muitas dúvidas sobre se será possível chegar a um acordo para o terceiro resgate até dia 20 de agosto, dia de pagar 3,2 mil milhões ao BCE.
“As equipas chegam a Atenas amanhã (segunda-feira) e as reuniões começam de imediato”, disse no domingo à AFP um porta-voz da Comissão. Mas o Financial Times escreve que os representantes dos credores continuam a ter dúvidas sobre se, desta vez, não enfrentarão os mesmos problemas no acesso às informações financeiras que pedirem. Para já, apenas técnicos irão para Atenas, enquanto os chefes de missão vão, para já, esperar para ver.
Uma fonte do Ministério das Finanças grego tinha afirmado no sábado que os chefes de missão só deveriam chegar até quinta-feira e que as negociações começavam na terça-feira. Nos últimos dias têm sido apontadas várias datas para o início da missão, por entre reservas do governo grego liderado pelo Syriza quanto ao retomar do modelo de visitas a Atenas efetuadas pelos representantes dos credores antes da sua chegada ao poder, em janeiro.
“É mais do mesmo, no fundo”, disse na sexta-feira um responsável de um dos credores. “Eles não querem cooperar com a troika”, acrescentou.
O objetivo das negociações é conseguir finalizar até 20 de agosto um terceiro empréstimo à Grécia, que enfrenta problemas de liquidez e que nessa data terá de pagar 3,19 mil milhões de euros ao BCE. Em setembro, Atenas terá de fazer um reembolso de 1,5 mil milhões de euros ao FMI.
Ministro da Economia confiante que “três semanas serão suficientes”
George Stathakis, ministro da Economia e um membro destacado do governo grego, garante que estes são atrasos temporários e que está confiante de que as negociações estejam concluídas até meados de agosto.
“Temos três semanas, estou confiante de que isso será suficiente para os temas em discussão”, afirmou Stathakis, citado pelo Financial Times. “Estamos de acordo em algumas áreas. Noutras, temos visões diferentes e, portanto, há uma distância a percorrer” para que haja um compromisso, acrescentou o responsável.
A Alemanha lidera o grupo de países que estão a exigir que Atenas aprove mais algumas medidas “pré-exigidas” antes que haja qualquer desembolso financeiro.