O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende que Portugal deve aproveitar a descida dos juros causada pelo ‘Quantitative Easing’ do Banco Central Europeu (BCE) para pagar a dívida pública.
“Países com margem orçamental reduzida (como França e Portugal) devem aproveitar as descidas dos juros decorrentes do ‘Quantitative Easing’ para pagar a sua dívida”, escreve o chefe da missão do FMI à zona euro, Mahmood Pradhan, num artigo divulgado hoje.
O texto acompanha o relatório anual sobre a zona euro, no âmbito do Artigo IV do FMI, que prevê que sejam feitas análises às economias dos membros do Fundo, geralmente todos os anos.
Por outro lado, o FMI defende que os países da zona euro com margem orçamental, como a Alemanha e a Holanda “usem esse espaço para apoiar o investimento e reformas estruturais”.
Em ambos os casos, seguir as recomendações do Fundo, numa altura de taxas de juro soberanas baixas “pode ter um impacto poderoso no crescimento”.
O FMI considera que o programa de compra de dívida do BCE “impulsionou a confiança” entre os países da moeda única e melhorou as condições de financiamento”.
Além do programa do BCE, a recuperação está a ser alavancada pela redução do preço do petróleo e um euro mais fraco. O fundo estima que a economia do conjunto dos 19 cresça 1,5% este ano e 1,7% em 2016.
“Mas as perspetivas de médio prazo são menos animadoras”, escreve Mahmood Pradhan, considerando que a recuperação económica pode ser prejudicada pelos “altos níveis de desemprego (especialmente entre os jovens) e de dívida das empresas e pelo aumento do crédito malparado”.
Nesse sentido, a instituição liderada por Christine Lagarde defende um “esforço coletivo” para conter “os riscos de estagnação” e para “fortalecer a união monetária”.