Gravuras da pintora Vieira da Silva vão estar em exposição a partir de sábado, até 26 de outubro, no Museu Municipal de Óbidos, que anunciou a Fundação Arpad Szénes – Vieira da Silva (FASVS) com o município.

Organizada pela FASVS, no âmbito dos 20 anos da instituição, a exposição conta com 33 das 286 gravuras da coleção de Maria Helena Vieira da Silva, artista plástica do século XX, adianta nota de imprensa.

A seleção de gravuras foi feita a pensar na “representatividade técnica, desde o buril à água-tinta, serigrafia e litografia, bem como pela sua data de produção, dos anos 1960 a 1991, o período de maturidade da artista”, explica a organização.

A diversidade temática e plástica, com representações das mais abstratas às mais figurativas, foi também tida em conta na exposição, revelando assim o percurso gráfico pictórico da artista.

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Vieira da Silva iniciou-se nas técnicas da água-forte, do buril e da ponta seca em 1929, quando frequentou o ateliê de Stanley William Hayter, em Paris (França), mas só em 1960 veio a retomá-las, após experiências que inicialmente não a satisfizeram.

A diretora da FASVS, Marina Bairrão Ruivo, explicou que “este conjunto de gravuras desvenda as tentativas [de Vieira da Silva] de traduzir a realidade que não corresponde nunca à maneira como nos habituaram a vê-la”, num esforço de, pela gravura, “descrever o mundo e desvendar a sua complexidade, sugerindo o espaço, o correr do tempo, utilizando metáforas e metamorfoses”

A exposição convive no mesmo espaço, em diálogo, com obras de Josefa d’Óbidos, pintora do século XVII, de quem o Museu Nacional de Arte Antiga tem patente, até 6 de setembro, a retrospetiva “Josefa d’Óbidos e a invenção do Barroco português”.

A mostra insere-se também nas comemorações dos 20 anos da Semana Internacional de Piano de Óbidos (SIPO), que também tem início no sábado e se prolonga até dia 13 de agosto.

A semana abre com um concerto do Grupo Vocal Olisipo, que vai interpretar obras do compositor alemão Johannes Brahms.

O pianista austríaco Paul Badura-Skoda, um dos mais importantes pianistas contemporâneos, apontado pela crítica internacional como intérprete privilegiado de Schubert, compositor que inclui no seu programa do recital de dia 3 de agosto, a par de obras de Mozart e Beethoven.

No dia 4 é a vez da portuguesa Manuela Gouveia, promotora do festival, tocar Bach, Carlos Seixas e Debussye, no dia 5, o brasileiro Luiz de Moura Castro, com Bach, Beethoven e Liszt.

A 06 de agosto, atua o russo Boris Berman, escolhendo Beethoven, Brahms e Chopin, e há ainda um concerto de música sacra dos séculos XVII-XVIII, que conta com Bridget de Moura Castro, ao piano.

A semana prossegue com recitais do japonês Jun Kanno (dia 8), dando a ouvir composições de Haydn, Mozart, Debussy e Messiaen, e do espanhol Josep Colom (dia 9), com obras de Mompou, Falla e Wagner.

O português Artur Pizarro encerra a SIPO a 13 de agosto, num recital com obras de Schumann, Brahms e Kreisler/Rachmaninoff.