Um conselho de cinco dos economistas mais destacados da Alemanha defende, num relatório especial publicado esta terça-feira, que é necessário criar um mecanismo para gerir insolvências de países da zona euro e que os países devem poder sair da união monetária, como “último recurso”. Estes “sábios”, que são conselheiros do governo alemão, dizem que a crise grega mostrou como são necessárias reformas urgentes que tornem a zona euro mais estável.

“Para assegurar a coesão da união monetária, temos de reconhecer que os eleitores nos países credores não estão preparados para financiar países devedores de forma permanente”, escreveu Christoph M. Schmidt, presidente do German Council of Economic Experts. Para solucionar este problema, é necessário criar um mecanismo de insolvência que dê credibilidade à cláusula que proíbe que haja transferências e resgates entre os países europeus e da zona euro.

Existindo esse mecanismo de insolvência, os investidores iriam ter de avaliar o risco soberano de forma mais rigorosa, algo que não aconteceu na primeira década da zona euro já que todos os países pagavam juros muito próximos para se financiarem nos mercados, apesar das diferenças ao nível da evolução das contas públicas e dos potenciais de crescimento.

“Um membro permanentemente não colaborante não deve ser capaz de ameaçar a existência do euro”, dizem os economistas.

Os “sábios” mostram-se, também, contra algumas das medidas que têm sido sugeridas nos últimos meses, incluindo pelo ministro das Finanças da Alemanha, como a criação de um Ministério das Finanças da zona euro. “Tornar a zona euro coletivamente responsável pelos custos potenciais sem que os estados-membros cedam qualquer soberania nacional sobre políticas sociais e económicas irá, mais cedo ou mais tarde, tornar a união monetária mais instável”, escrevem os economistas.

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