Em reação à apresentação do programa eleitoral do PSD/CDS, António Costa denunciou aquilo a que chama de “fúria privatizadora” por “querer privatizar a segurança social” com a proposta de plafonamento das pensões.

Para o secretário-geral do PS, as propostas da coligação “contrastam com o rigor com que o PS construiu a sua alternativa”. “Nós medimos bem a margem orçamental que temos, conhecemos o impacto de cada uma das medidas”, disse Costa, embora o seu partido ainda não tenha divulgado publicamente o impacto de cada uma das medidas do programa eleitoral.

“Um programa eleitoral que não tem as contas feitas é um saco de palavras. Passos Coelho pensa que pode fazer uma campanha a enganar as pessoas como há quatro anos”, criticou, falando aos jornalistas em Lisboa minutos depois de Passos terminar o seu discurso.

Com ironia, Costa disse que “temos que ter cautela para ver se o que dizem é revogável ou não” e estranhou que Passos e Portas se apresentem agora “como a oposição a quem governou durante quatro anos”.

A omissão do programa eleitoral sobre o corte de 600 milhões de euros na segurança social, inscrito no Programa de Estabilidade, não passou ao lado do PS, que acusa Passos de “passar o tempo a não cumprir o que promete e a procurar desculpas para o que não cumpre”.

“Ao ver aquele slogan ‘Portugal pode mais’ pensei que era ‘Portugal deve mais’ porque a promessa da redução da dívida foi um enorme fracasso. Agora a culpa é da Constituição. O Governo devia acender uma velinha à Constituição e uma segunda velinha ao Tribunal Constitucional por ter travado as medidas de maior austeridade. Se não fosse a Constituição, a tragédia social teria sido maior”, disse, referindo-se a chumbos do TC a medidas do Governo.

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