Os talibãs rejeitaram esta quinta-feira notícias de novas negociações de paz com o Governo afegão esta semana e não comentaram o anúncio da morte do seu líder ‘mullah’ Omar. Já os Estados Unidos consideraram como credíveis as informações sobre a morte do líder dos talibãs, confirmada também pelo Presidente do Afeganistão, Ashraf Gani, que afirmou que o falecimento ocorreu em abril de 2013.

“Cremos que as informações sobre a sua morte são credíveis”, comentou em conferência de imprensa o porta-voz ajunto da Presidência norte-americana, Eric Schultz. O porta-voz de Barack Obama acrescentou que os serviços de informações estão a rever as informações e as “circunstâncias” em que morreu o líder talibã. Segundo Schultz, o governo dos EUA ainda não está em condição de poder confirmar a data do óbito.

“O governo da República Islâmica do Afeganistão, baseando-se em informação credível, confirma que o líder dos talibãs, o mullah Omar, morreu em abril de 2013 no Paquistão”, anunciou esta quarta-feira Gani na sua conta na rede social Twitter. O porta-voz da Direção Nacional de Segurança, Abdul Hassib Sediqi, afirmou à agência Efe que a morte do líder insurgente ocorreu num hospital da cidade paquistanesa de Carachi, no sul do país.

“O mullah Omar estava doente e foi hospitalizado há dois anos e quatro meses num hospital, mas não sabemos se morreu por doença ou outro motivo”, detalhou. “Tínhamos esta informação desde há dois anos, mas agora é mais fiável”, acrescentou Sediqi, que anunciou ir dar mais informação sobre a morte de Omar nos próximos dias.

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Num comunicado em inglês publicado na sua página na Internet, os talibãs afirmaram que “os meios de comunicação estão a fazer circular notícias de que negociações de paz vão acontecer em breve… ou na China ou no Paquistão. O [nosso] gabinete político desconhece tal processo”.

Os talibãs não confirmaram nem desmentiram oficialmente a morte do ‘mullah’ Omar, que não era visto em público desde 2001 e cujo prolongado silêncio teve reflexos numa rebelião dividida, num momento em que se começavam a reunir com o Governo afegão na perspetiva de conversações de paz.

O anúncio da morte do líder afegão gerou receios de que a segunda ronda de negociações de paz, esperada para sexta-feira, pudesse estar em risco. No início do mês, dirigentes afegãos encontraram-se com representantes dos talibãs em Murree, uma cidade turística no Paquistão, para as primeiras negociações presenciais para pôr fim ao conflito. Na altura ficou acordado que se voltariam a reunir nas próximas semanas.