Mais uma discussão. Ele reparou num sorriso a alguém na rua e não gostou. Ela queria passar o dia com ele, mas o rapaz já tinha coisas combinadas com os amigos. Histórias destas há muitas e todas obedecem a um de quatro erros que a Time encontrou quando conversou com John Gottman, um especialista em relações que já garantiu que pode adivinhar em 3 minutos se um casal vai divorciar-se.

Os problemas

Pare de apontar todos os erros da personalidade do seu parceiro

Sim, ele devia começar a ser menos ciumento. E ela talvez devesse tentar ser mais paciente. Mas isso não significa que tenha de estar constantemente a sublinhar essas falhas. A certa altura, acumulam-se tantas críticas que a iminência de uma enorme discussão torna-se preocupante. E pode mesmo ser fatal. Por isso experimente o contrário: esteja atento às suas próprias lacunas e tente ultrapassá-las.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Chega de ripostar sempre que alguém o critica

Lá porque não está certo que o seu parceiro esteja constantemente a tocar nas falhas da sua personalidade, não significa que tenha de o atacar. Afinal, há que saber lidar com a crítica. A ideia não está em deixar a raiva subir até à boca e dizer o que quer e o que não quer. Mas também não deve mostrar um olhar triste e sofredor e assumir o papel de vítima. “Vamos conversar então” é a resposta certa. E de espírito aberto.

Não seja nariz empinado

Lembre-se de uma coisa quando estiver a ter essa conversa: não contabilize os erros de um e outro. E se o fizer, não saia vitorioso da guerra, com apenas cinco falhas na relação contra as sete do seu namorado ou namorada. Numa discussão – mesmo naquelas com trocas de palavras mais acesas – não é suposto ser insultuoso nem agir como se fosse superior ao outro. Até porque este é o erro que mais separações provoca.

Nunca se remeta ao silêncio

Da próxima vez que o seu parceiro colocar um assunto mais delicado em cima da mesa, não finja que não lhe diz respeito. Virar as costas e relativizar o problema é o mesmo que dizer ao outro “eu não me importo”. Tome uma posição, saiba expressar a sua opinião e deixe que a conversa siga com serenidade. Mas nunca finja que o assunto não importa. Porque importa.

Apercebeu-se que comete os quatro erros enunciados?! Tranquilo! Ainda há volta a dar, garante John Gottman. Basta que aprenda a seguir estes três conselhos.

As soluções

Conheça quem está ao seu lado

Construa um “mapa do amor”: saiba como funciona a mente do seu namorado ou namorada, faça perguntas que o esclareçam sobre o que é para ele ou ela mais importante e conheça alguns aspetos mais particulares da pessoa que quem tem ao lado. Sim, isso pode exigir jantares e conversas muito prolongadas para recolha de informação – numa forma mais prática de colocar as coisas. Ou seja, é preciso que tenha tempo para a sua relação. Trinta e cinco minutos semanais não chegam para conhecer ninguém. E esta é a média de tempo em que os casais de hoje conversam.

Saiba identificar as perguntas retóricas

“Está um dia tão bonito, não achas?”. Dizer “não” pode não ser a melhor ideia: a outra pessoa não quer propriamente saber qual a sua opinião sobre a natureza circundante ou o microclima daquele local. Apenas pretende marcar o início de uma conversa, uma sensação de “estamos os dois no mesmo barco” para provocar um envolvimento. Não aprecia que estejam meia dúzia de nuvens no céu? Deixe isso de lado: por norma, os casais que se divorciam só concordavam em perguntas são simples como estas em 33% das vezes. Quem fica casado, fá-lo 86% das vezes.

Demonstre admiração

Quando o amor está naquela fase melosa onde o mundo é perfeito e rodeado de arco íris, unicórnios e borboletas, este é um aspeto que nenhum casal descarta. Estão sempre a falar bem do novo relacionamento: ele sabe mesmo do que ela gosta, ela também e os dois têm um futuro brilhante pela frente sem grandes obstáculos à vista. E se os há, serão facilmente ultrapassáveis pelo poder do amor. Isto é algo que não deve acabar: manter a chama acesa, o interesse pelo outro não pode morrer (nem deixar que olhos continuem a brilhar). As relações duradouras são aquelas onde os namorados veem o outro melhor do que realmente é.

Se já implementou as medidas para a salvação em casa e está ansioso por saber se o resultado é positivo, eis o teste final:

Quão bem está a correr a sua relação?

Esteja atento ao modo como o seu parceiro descreve a relação se quiser saber se o vosso amor está a salvo. Veja que histórias conta: realça mais pontos negativos do que positivos? Talvez a relação não esteja no bom caminho. Prefere contar as coisas boas da vossa história? Então não precisa de bóia de salvação. É que o modo como alguém conta a história de uma relação é também um espelho do estado em que ela está.