Casar-se, divorciar-se, voltar a casar. Parece simples, mas provocou a discussão entre os bispos portugueses, conta a edição desta sexta-feira do jornal Sol. A divisão ocorreu na última reunião da Confederação Episcopal Portuguesa (CEP) e pôs o bispo de Leiria – Fátima, António Marto, num frente a frente com o cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente. Venceu o último.

O tema foi lançado no ano passado em Roma, mas gerou debate um pouco por todo o mundo. Em Portugal, António Marto defendia uma posição mais liberal juntamente com mais cinco bispos da zona centro e subscreveu a opinião do cardeal Walter Kasper sobre o assunto – defende que os recasados possam voltar a comungar na missa após um percurso penitencial. No final deste processo, cada caso seria analisado individualmente e a decisão final caberia ao bispo da diocese.

O bispo de Viseu, Ilídio Leandro, que estava ao lado de António Marto, disse que “estes problemas de casais” ocorrem todos os dias e que “é importante definir qual é a posição humanamente mais aconselhável para os aconselhar e orientar”.

Manuel Clemente, por outro lado, defende que não deve alterar-se a doutrina católica, ou seja: o casamento é indissolúvel e os divorciados que voltam a casar vivem numa situação de adultério. Não podem, por isso, comungar.

Para resolver a questão, o cardeal-patriarca de Lisboa propôs a simplificação dos processos de nulidade do casamento. Se o casamento for anulado, o caso muda de figura, que é como quem diz, de comunhão. A votação foi secreta, mas o Sol apurou que Manuel Clemente venceu apenas por dois votos.

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