A guarda costeira italiana anunciou que centenas de migrantes desapareceram após o naufrágio de um barco de pesca ao largo da Líbia, durante a travessia do Mediterrâneo. As operações de resgate já terminaram, informaram os Médicos sem Fronteiras (MSF). Nas operações de salvamento, cerca de 400 pessoas foram resgatadas com vida, com 390 a serem recolhidas por um navio da Marinha irlandesa, que também trasladou as vítimas, e nove pelo barco “Dignity One” dos MSF.

O “Dignity One” também acudiu à zona do naufrágio com 94 imigrantes a bordo que tinham sido resgatados pela manhã, e aos quais se juntaram os três sírios, quatro palestinianos e dois cidadãos do Bangladesh socorridos depois, indicaram os MSF em conferência de imprensa. Cinco pessoas tiveram de ser transportadas de helicóptero por necessitarem de assistência médica urgente. Segundo os MSF, na zona do acidente “não resta nada e o barco afundou-se”, com os navios que participaram no dispositivo a regressarem ao porto para desembarcar os imigrantes.

Foram encontrados 25 corpos sem vida. Os sobreviventes referiram que na embarcação viajavam cerca de 600 pessoas, admitindo-se a existência de mais vítimas. Os MSF alertaram no entanto para o balanço dos números, pela eventualidade de o navio irlandês ter recolhido previamente outros náufragos antes de se aproximar do local da tragédia.

O incidente ocorreu a cerca de 15 milhas náuticas (24 quilómetros) das costas da Líbia às primeiras horas da tarde de dia 5 de agosto, com diversas embarcações a serem enviadas para o local a pedido da Central de operações dos guarda-costeiros italianos. Dois navios – o holandês “Dignity One” e o irlandês “Le Niamh” – foram enviados de imediato para o local do naufrágio, mas a embarcação naufragou quando os passageiros se deslocaram todos para um lado para serem socorridos, disse a guarda costeira italiana.

Mais de duas mil pessoas morreram este ano na travessia do Mediterrâneo com destino à Europa, de acordo com a Organização Internacional das Migrações.

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