Os olhos redondos de um urso ou as orelhas compridas de um coelho de peluche escondem pequeníssimas mas preocupantes ameaças. São ácaros e bactérias com as quais as crianças tomam contacto e que sem os devidos cuidados podem desenvolver outras doenças.

Peluches: o mundo perfeito dos ácaros e bactérias

É comum que as crianças mudem de brinquedo preferido e tirem das prateleiras bonecos que estavam a acumular pó. O problema é que com o boneco vêm centenas de milhares de ácaros, amantes de ambientes cálidos e húmidos como os pelos de um peluche. E com ele (o boneco) e os seus parasitas a criança fica em perigo de desenvolver rinite e asma, alerta o El País.

Se está a pensar – e corretamente – que esses são problemas comuns passemos à outra ameaça. Os locais mais alarmantes são as salas de espera dos hospitais e centros de saúde, que estão repletas de bactérias mais perigosas.

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Cerca de 90% dos brinquedos que distraem as crianças enquanto esperam por uma consulta têm um nível de contaminação moderado a forte, concluíram os investigadores da Universidade de Otago. Existem duas bactérias particularmente graves nesses brinquedos: A E. colli – responsável por infeções gastrointestinais – e a Streptococcus pneumonaie – que causa infeções nos ouvidos e vias respiratórias. Esta última é muito resistente e pode permanecer ativa por muito tempo.

E isso leva-nos para o próximo problema: o risco de uma criança contaminar outra com o seu boneco de peluche. A situação não é tão grave como partilhar uma toalha de banho ou uma escova de dentes, mas se um boneco passar de mão em mão – e às vezes de boca em boca, como é tendência da maioria das crianças -, então mais perigos acumula e espalha entre os mais pequenos.

Como evitar estes problemas

Se uma criança tem asma ou problemas respiratórios mais agressivos, o ideal era afastar-se dos peluches. Mas pode sempre colocá-los numa máquina de lavar a 55ºC ou então metê-lo no congelador por dois dias de duas em duas semanas. O calor e o frio intenso vão inviabilizar os ácaros e as bactérias.

Quando usar a máquina de lavar, esteja atento às instruções das etiquetas e à existência de materiais elétricos dentro dos bonecos. Coloque um pouco de amaciador e use um ciclo apropriado a roupas delicadas.

Caso o boneco não possa entrar dentro de água, a técnica é outra: esfregue um pano húmido no pelo do peluche, escove-o e depois volte a limpá-lo com sabão em pó, um pouco de água e amoníaco. Ponha-o a secar e depois pode voltar a ser usado.

Se os bonecos não estiverem realmente sujos e apenas o quiser limpar por uma questão de higiene, use bicarbonato. Humedeça o boneco com água, coloque algum bicarbonato de sódio e deixe-o durante uma noite num saco de plástico. No dia seguinte retire o composto químico e está limpo. E também pode aspirar o peluche, evitando que o pó se acumule.