Os enfermeiros estarão em greve de 11 a 13 de agosto nas regiões de Lisboa, Alentejo e Algarve, em protesto contra o adiamento da sua revisão salarial, enquanto médicos e setores social e privado continuam a receber incentivos.

Em comunicado, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) anunciou uma greve na ARS de Lisboa e Vale do Tejo a 11, na região do Alentejo a 12 e no Algarve a 13, contestando que o ministro da Saúde “retire” a estes profissionais “para custear Misericórdias, PPP’s [Parcerias Público-Privadas] e outros grupos profissionais”.

Nesse contexto, os enfermeiros questionam a tutela sobre se esta é a sua lógica de “equilíbrio orçamental”, já que é o argumento usado pelo ministério da Saúde como “justificação para protelar a revisão salarial dos enfermeiros”.

Para sustentar as suas acusações, o SEP recorda que recentemente o ministério anunciou mais 125 milhões para apenas oito 8 Misericórdias do Norte, incentivos para fixação de médicos na “periferia”, bem como concursos de promoção na carreira médica.

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O SEP sublinha ainda o facto de o Tribunal de Contas ter concluído que o funcionamento da PPP de Loures acarreta mais custos do que hospitais públicos idênticos e afirma estar “em curso, de forma clandestina, negociação para atribuir incentivos aos médicos nas USF modelo A e Unidades de Cuidados na Comunidade”.

Paralelamente a isto — salienta o sindicato – milhares de enfermeiros continuam com um salário abaixo do valor de referência, cerca de 12 mil especialistas não têm qualquer valor salarial que compense as qualificações e a competência diferenciada, e continuam em dívida milhares de horas a mais trabalhadas e incentivos aos enfermeiros que trabalham em USF modelo B.

Quanto a valores concretos, o SEP fala em perdas de cerca de 250 milhões de euros por congelamento das progressões e de 120 milhões de euros em resultado do corte em 50% das horas penosas.