O senador democrata Chuck Schumer, a voz mais influente da comunidade judaica no seio do Congresso norte-americano e acérrimo pró-Israel, anunciou, na quinta-feira, que vai opor-se ao acordo nuclear iraniano.
“Partidários de ambos os lados têm fortes argumentos do seu ponto de vista que simplesmente não podem ser ignorados”, afirmou o ‘número três’ dos democratas no Senado, em comunicado.
“Isto tornou a avaliação do acordo numa difícil tarefa e, depois de um profundo estudo, cuidadosa reflexão e considerável introspeção, decidi que tenho de me opor ao acordo e que vou votar ‘sim’ a uma moção de censura”, escreveu Schumer.
Esta decisão do senador democrata desfere um duro golpe no Presidente norte-americano, Barack Obama, na sua tentativa de convencer o Congresso — onde os seus adversários republicanos detêm a maioria — de apoiar o acordo alcançado em meados de julho após dois anos de intensas negociações entre Teerão e as grandes potências para limitar o programa iraniano a fins civis em troca do levantamento de sanções internacionais impostas à economia iraniana.
O Congresso dos Estados Unidos deve votar uma primeira resolução contra o acordo em setembro.
Esta vai ser depois vetada por Obama, mas o Congresso pode anular tal veto — e ‘matar’ o acordo com o Irão — com uma maioria de dois terços, tanto no Senado, como na Câmara dos Representantes.
No comunicado, Schumer insistiu em explicar as razões pelas quais vai chumbar o acordo. “Não é porque acredito que a guerra é uma opção viável desejável, [mas] porque acredito que o Irão não vai mudar” e continua a perseguir os seus “nefastos objetivos”.
“É melhor manter as sanções norte-americanas, reforçá-las, impor sanções secundárias a outras nações e prosseguir com o duro caminho da diplomacia uma vez mais, por mais difícil que seja”, concluiu.