Mentir é feio, dizem os pais às crianças. Mas chegar aos 50 anos e não ter histórias para contar, também não é bonito. Por isso os pais mentem, porque têm necessidade de mostrar que no seu tempo ditaram tendências que se estendem até aos dias de hoje. Como ir ao Festival de Glastonbury, por exemplo, que atualmente esgota em horas, mas que na altura deles não era “tão comercial”.

Uma pesquisa feita a 2000 britânicos adultos, com idades entre os 35 e os 50 anos, a propósito do lançamento do telemóvel Samsung Galaxy S6 edge, revelou que 63% dos entrevistados já mentiu sobre o seu passado, sendo que 30% admitiu tê-lo feito para parecer mais cool.

As mentiras variam muito. Há as viagens a Ibiza e a Glastonbury (as mentiras favoritas dos pais que eram novos no início dos anos 90); a presença no Live Aid, concerto que aconteceu em 1985 no Estádio de Wembley com o objetivo de angariar fundos para combater a fome; as visitas a exposições dos Young British Artists; os cortes de cabelo radicais ou terem-se juntado a subculturas como os punks, os new romantics, um movimento de cultura pop representado pelos Duran Duran ou pelos Spandau Ballet, ou os mods, uma subcultura ligada à música e à moda – 55% das pessoas usou esta mentira.

O tópico da vida social foi o que deu azo a mais mentiras (47%), seguindo-se a música (30%) e a moda (25%).

O inquérito também pediu opiniões sobre o quão difícil é adotar estes comportamentos nos dias de hoje – revelando que na era das redes sociais, onde cada passo é documentado, recorrendo a telemóveis com máquina fotográfica, torna-se mais difícil à nova geração embelezar uma história. Praticamente um quarto das pessoas admitiu que era mais fácil mentir antes do avanço da tecnologia. No entanto, um quinto das pessoas acredita que mesmo assim vai continuar a haver quem tente mentir.

Conor Pierce, vice-presidente do departamento IT & Mobile na Samsung inglesa e irlandesa, disse ao Dailymail que “o estudo mostra que as pessoas que passaram os seus anos de formação durante as décadas de 80 e 90 serão as últimas capazes de embelezar histórias sobre a sua juventude”, acrescentando que “hoje todos os nossos movimentos são fotografados e muitas vezes documentados nas redes sociais”.

Como a mentira tem perna curta, uma em duas pessoas admitiu ter sido apanhada a contar uma história inventada ou exagerada. Mas, apesar de todas as histórias mirabolantes que inventaram, 41% defende que a sua geração era melhor do que a atual, elegendo, ainda, a década de 80 como a mais cool de sempre (27%).

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