O primeiro-ministro timorense afirmou hoje que o Estado lamenta a morte do ex-líder da resistência Mauk Moruk, em confrontos com as forças de defesa timorenses, considerando que as autoridades agiram como tinham que agir.

Em declarações à Lusa, Rui Maria de Araújo disse ainda que a situação “está calma”, sem relatos de incidentes no país depois da morte, no sábado, de Mauk Moruk, líder do Conselho da Revolução Maubere (CRM).

“As operações tiveram o desfecho que tiveram. O Governo lamenta terem tido este desfecho, mas o país tem que andar adiante”, disse à Lusa, à margem da cerimónia de tomada de posse de novos membros do executivo.

“Não vou falar sobre os detalhes operacionais, mas foi feito todo o esforço por parte do comando operacional e do pessoal diretamente envolvido na operação em persuadir (Mauk Moruk) para se entregar”, afirmou.

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Sobre o papel de Mauk Moruk na história timorense – a maioria da liderança timorense considera-o traidor mas alguns consideram que foi um herói que atualmente contestada a corrupção no Governo – Rui Araújo disse que se deve reconhecer tudo.

“Não se deve negar tudo aquilo que fez, tanto no ativo como no passivo. Há coisas positivas que fez mas também há coisas negativas que está mais que comprovado que aconteceram. É preciso assumir tudo isto, tanto o passivo como o ativo”, disse sem avançar pormenores.

Recorde-se que Mauk Moruk (Paulino Gama) e o seu número dois, Sunardy, foram mortos em confrontos com forças de segurança timorenses a sul de Baucau, a segunda cidade timorense.

Mauk Moruk estava a ser perseguido pela polícia e pelas forças armadas de Timor-Leste desde março e, nas últimas semanas, a polémica em torno da operação, de nome código Hanita, tinha aumentado, tanto pelo seu custo, como pela falta de êxito até ao momento.

Rui Maria de Araújo recordou que semanalmente, desde o início da operação, o comando “informou a população sobre os porquês desta operação”.

“Foi um atentado contra a ordem do Estado e o Estado teve que tomar essa decisão”, afirmou.