Os enfermeiros da região de Lisboa e Vale do Tejo cumprem desde a meia-noite desta terça-feira um dia de greve que se repete na quarta-feira no Alentejo e no dia seguinte no Algarve.

O protesto, que pode afetar consultas, tratamentos e outra atividade programada em hospitais e centros de saúde, foi marcado para demonstrar descontentamento pelo adiamento da revisão salarial dos enfermeiros, enquanto médicos e setores social e privado continuam a receber incentivos.

Nos três dias de greve — um em cada região — serão cumpridos serviços mínimos, como é habitual.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) marcou a greve na Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, na região do Alentejo para quarta-feira e no Algarve para quinta-feira, contestando que o ministro da Saúde “retire” a estes profissionais “para custear Misericórdias, PPP’s [Parcerias Público-Privadas] e outros grupos profissionais”.

Nesse contexto, os enfermeiros questionam a tutela sobre se esta é a sua lógica de “equilíbrio orçamental”, já que é o argumento usado pelo ministério da Saúde como “justificação para protelar a revisão salarial dos enfermeiros”.

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Para sustentar as suas acusações, o SEP recorda que recentemente o ministério anunciou mais 125 milhões para apenas oito Misericórdias do Norte, incentivos para fixação de médicos na “periferia”, bem como concursos de promoção na carreira médica.

O SEP sublinha ainda o facto de o Tribunal de Contas ter concluído que o funcionamento da PPP de Loures acarreta mais custos do que hospitais públicos idênticos e afirma estar “em curso, de forma clandestina, negociação para atribuir incentivos aos médicos nas USF modelo A e Unidades de Cuidados na Comunidade”.

Paralelamente a isto — salienta o sindicato – milhares de enfermeiros continuam com um salário abaixo do valor de referência, cerca de 12 mil especialistas não têm qualquer valor salarial que compense as qualificações e a competência diferenciada, e continuam em dívida milhares de horas a mais trabalhadas e incentivos aos enfermeiros que trabalham em USF modelo B.

Quanto a valores concretos, o SEP fala em perdas de cerca de 250 milhões de euros por congelamento das progressõQuanto a valores concretos, o SEP fala em perdas de cerca de 250 milhões de euros por congelamento das progressões e de 120 milhões de euros em resultado do corte em 50% das horas penosas.