O vulcão de Mauna Kea, a ilha mais alta do mundo situada no Havai, está a ser disputado entre a ciência e a mitologia. De um lado estão os astrónomos, que ali querem construir mais um telescópio. Do outro estão os residentes, que lembram que, na cultura havaiana, Mauna Kea é sagrada.

Aproveitando que, entre 3 e 14 de agosto, estão 2.500 astrónomos de 75 países diferentes reunidos em Honolulu, para a Assembleia-Geral da União Astronómica Internacional, os havaianos não têm arredado pé do local, onde têm protagonizado repetidos protestos pacíficos.

Mauna Kea (Montanha Branca, na língua havaiana) já tem 13 telescópios instalados por diferentes projetos de astronomia, dadas a localização e condições favoráveis às observações. O primeiro foi construído em 1968. O problema é o projeto de construção de mais um, o Thirty Meter Telescope, que vai usar um espelho segmentado de 30 metros de diâmetro, e que permitirá obter as imagens mais nítidas que a ciência atual permite.

Para além de Mauna Kea, os locais também não querem construções na montanha de Haleakala. Apesar de pacíficos, os protestos já levaram à detenção de dezenas de manifestantes pelas autoridades havaianas.

Piero Benveuti, secretário-geral adjunto da União Astronómica Internacional, disse que a organização “respeita profundamente a visão dos protestantes” e compreende que tudo o que esteja relacionado com Mauna Kea “é sensível e complexo”. E expressou o desejo de que os astrónomos presentes na Assembleia-Geral aproveitem para aprender mais sobre o assunto ao longo das conferências. “Esperamos que, ao entrarmos em diálogo aberto, isso incentive uma visão mais cooperante e positiva para o futuro de Mauna Kea”, disse, citado pelo portal havaiano Big Island Now.

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