O vulcão de Mauna Kea, a ilha mais alta do mundo situada no Havai, está a ser disputado entre a ciência e a mitologia. De um lado estão os astrónomos, que ali querem construir mais um telescópio. Do outro estão os residentes, que lembram que, na cultura havaiana, Mauna Kea é sagrada.
Aproveitando que, entre 3 e 14 de agosto, estão 2.500 astrónomos de 75 países diferentes reunidos em Honolulu, para a Assembleia-Geral da União Astronómica Internacional, os havaianos não têm arredado pé do local, onde têm protagonizado repetidos protestos pacíficos.
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— 'Ōiwi TV (@OiwiTV) August 10, 2015
Mauna Kea (Montanha Branca, na língua havaiana) já tem 13 telescópios instalados por diferentes projetos de astronomia, dadas a localização e condições favoráveis às observações. O primeiro foi construído em 1968. O problema é o projeto de construção de mais um, o Thirty Meter Telescope, que vai usar um espelho segmentado de 30 metros de diâmetro, e que permitirá obter as imagens mais nítidas que a ciência atual permite.
Para além de Mauna Kea, os locais também não querem construções na montanha de Haleakala. Apesar de pacíficos, os protestos já levaram à detenção de dezenas de manifestantes pelas autoridades havaianas.
Piero Benveuti, secretário-geral adjunto da União Astronómica Internacional, disse que a organização “respeita profundamente a visão dos protestantes” e compreende que tudo o que esteja relacionado com Mauna Kea “é sensível e complexo”. E expressou o desejo de que os astrónomos presentes na Assembleia-Geral aproveitem para aprender mais sobre o assunto ao longo das conferências. “Esperamos que, ao entrarmos em diálogo aberto, isso incentive uma visão mais cooperante e positiva para o futuro de Mauna Kea”, disse, citado pelo portal havaiano Big Island Now.