A Polícia moçambicana resgatou uma menor de dois anos em Chimoio, no centro do país, raptada há quatro dias e deteve cinco pessoas, incluindo uma mulher que servia de sentinela do cativeiro, disse hoje à Lusa a corporação.

Bartolomeu Amone, chefe da seção de imprensa no Comando da Polícia de Manica, disse que uma mulher denunciou sábado o desaparecimento da sua filha, tendo sido cobrados 600 mil meticais (14,3 mil euros) para o seu resgate.

“Após o rapto, o grupo entrou em contacto com a mãe via mensagem telefónica exigindo dinheiro para o resgate. A Polícia entrou em ação atráves desta pista e recuperou a criança com vida num cativeiro no bairro 5 Fepom”, contou Bartolomeu Amone.

Um agente da Polícia, disse, fez-se passar por um familiar da vítima e intermediou o pagamento do resgate, até que se chegou ao cativeiro, quando foi anunciada a operação de resgate.

Uma mulher foi baleada pela Polícia na ocasião, durante uma tentativa de fuga, e se encontra internda no Hospital Provincial de Chimoio, sob forte guarnição policial. Dos outros quatro integrantes do grupo, dois foram detidos durante as negociações e os restantes dois no cativeiro.

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As autoridades de Manica anunciaram em julho que resgatam uma média de 20 crianças por ano na rota de tráfico para África do Sul, onde “são vendidas para o trabalho infantil”, não sendo comum o rapto de crianças para exigência de resgate.

“É um fenómeno novo na região, mas que estamos atentos a combater”, disse Bartolomeu Amone, que também apelou para o maior cuidado das familias quanto à circulação das crianças e à denúncia com urgência dos casos às autoridades.

Em 2013, a Procuradoria Provincial de Manica associou a intensificação de implantação de seitas religiosas e centros de acolhimento com o aumento de casos de tráfico, sobretudo de crianças, na região, após ter ativado no ano anterior um “alerta vermelho” e iniciar a investigação de várias igrejas.