O mundo enfrenta “a pior crise de refugiados” desde a II Guerra Mundial e a Europa deve contribuir para a resolver de uma forma “decente e civilizada”, afirmou hoje o comissário europeu para as Migrações, Dimitris Avramopoulos.

“O mundo encontra-se hoje perante a pior crise de refugiados desde II Guerra Mundial”, disse o comissário numa conferência de imprensa em Bruxelas.

A Europa “não tem sabido gerir o importante fluxo de pessoas que procuram refúgio nas nossas fronteiras”, prosseguiu o comissário, frisando que a Europa foi construída sobre o princípio da “solidariedade com os que precisam”.

“São seres humanos, pessoas desesperadas. Precisam da nossa ajuda e do nosso apoio”, afirmou.

“O que temos de fazer (…) é organizar o nosso sistema para enfrentar este problema de uma forma decente e civilizada, à maneira europeia”, disse, referindo a situação “especialmente urgente” da Grécia, mas também a de outros países, como a Itália e a Hungria.

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A Comissão Europeia apresentou em maio uma proposta de distribuição dos refugiados pelos Estados membros da União Europeia, para aliviar os países a cujas fronteiras chega o maior número de imigrantes e refugiados, mas a proposta foi recusada pelos líderes europeus.

A Grécia recebeu só em julho 50.000 candidatos a asilo, quase dez vezes mais que os 6.000 de julho de 2014, sublinhou o comissário.

Avramopoulos esteve esta semana em Atenas e na ilha grega de Kos, no Mar Egeu, onde o grande afluxo de refugiados sírios e afegãos e a falta de locais para os acolher têm provocado tensões, e prevê deslocar-se em breve à Turquia, de onde partem diariamente centenas de migrantes com destino às costas gregas.

Nos “próximos dias”, Avramopoulos vai também visitar Calais, no norte de França, onde centenas de imigrantes que pretendem ir para o Reino Unido tentam entrar no Eurotúnel para atravessar o Canal da Mancha, tentativas que resultam frequentemente em morte.

O comissário reconheceu também que a Hungria é “um dos países mais expostos”, como a Grécia e a Itália, desde que há vários meses a rota dos Balcãs é preferida por muitos dos refugiados da Síria e do Afeganistão. Só em julho, afirmou, a Hungria recebeu 35.000 pedidos de asilo.