As corridas de cavalos com apostas poderão concretizar-se em Portugal dentro de dois ou três anos, depois de construídos hipódromos e criados equídeos para o efeito, revelou hoje o presidente da Liga Portuguesa do setor.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Liga Portuguesa de Criadores e Proprietários de Cavalos de Corrida (LPCPCC), Ricardo Carvalho, admitiu que as corridas com apostas podem ser uma realidade “dentro de dois, três anos”, caso se concretizem os incentivos necessários.

Entre estes, apontou a necessidade de se avançar com as apostas com corridas realizadas no estrangeiro, de forma a ser criado um fundo para o desenvolvimento das competições em Portugal e para que sejam criados cavalos no nosso país enquanto são construídos os hipódromos.

Após o reconhecimento por parte do Governo da LPCPCC como entidade oficial organizadora das corridas de cavalos em Portugal com apostas hípicas, Ricardo Carvalho considerou que dentro de algum tempo, e depois de criadas as condições necessárias, o desenvolvimento desta atividade vai ser muito grande.

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O responsável disse existirem atualmente em Portugal entre 200 a 250 cavalos de corrida, estimando que, quando os hipódromos estiverem em pleno funcionamento, a realidade será de cerca de 10 mil cavalos para se conseguir realizar competições cerca de três vezes por semana.

O mercado das corridas de cavalos objeto de apostas hípicas pode vir a gerar uma receita de cerca de 300 milhões de euros por ano, podendo levar à criação de cerca de seis mil postos de trabalho, segundo a Liga.

Ricardo Carvalho classificou as corridas como “uma grande indústria, que está a ser desaproveitada em Portugal”, manifestando esperançado em que este novo impulso possa desenvolvê-la ao mesmo tempo que se desenvolverá a indústria agrícola que lhe está associada.

“A criação de cavalos vai trazer novos postos de emprego, com criadores, ‘jockeys’, veterinários. Há toda uma máquina que funciona por detrás. Vamos fomentar que os cavalos sejam criados em Portugal para fomentar também o emprego de que o país tanto precisa”, sublinhou.

Ricardo Carvalho explicou que, apesar de em Portugal existirem cavalos de raças nobres, como o Lusitano, não há cavalos de corrida e como tal, vai ter de se apostar no puro sangue inglês, tradicional cavalo de corrida.

Para já, o responsável defendeu que se devem começar a fazer apostas com corridas realizadas no estrangeiro, de forma a ser criado um fundo para o desenvolvimento das corridas em Portugal, para que sejam criados cavalos no nosso país enquanto são construídos os hipódromos.

A Liga Portuguesa de Criadores e Proprietários de Cavalos foi fundada em 1997 e é desde 1998 a única entidade, reconhecida pela tutela, como organizadora de corridas de cavalos em Portugal. Agora, após uma portaria publicada em junho em Diário da República, ficou como responsável pelas corridas objeto de apostas hípicas.

Já a exploração das apostas hípicas foi atribuída à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, por decreto lei que data de fevereiro passado.