Às dificuldades à direita por ter dois partidos que “seguem e querem seguir as atuais políticas” e à esquerda onde “há uma competição [entre os dois partidos] para ver qual é o mais anti-PS”, acresce outro obstáculo a um Governo maioritário do PS: Cavaco Silva. No programa da SIC “Opinião Pública”, onde respondeu a perguntas dos telespectadores, António Costa apontou Cavaco Silva como um empecilho a um Governo estável e aproveitou o argumento para repetir um apelo à maioria absoluta: “Para não haver todo este universo de incerteza, mais o Presidente da República a criar dificuldades a um governo do PS vencedor, dizendo que não tem maioria e que não dá posse, a melhor maneira é dar maioria”, disse.

António Costa admitiu que seria “mais fácil governar em maioria” e que “seria mais útil”, até porque encontra nos outros partidos dificuldades de consensos: “Não caem do céu”, avisou. “Há um mandato claro que as pessoas nos dão que é o de rompermos com as atuais políticas. Não podemos fazer um governo com os dois partidos que seguem e querem seguir as atuais políticas.” Se o problema no centro direita e à direita fica assim arrumado, o mesmo se passa à esquerda. Disse Costa que “nos partidos à nossa esquerda há uma competição para ver qual é o mais anti-PS”.

Na longa conversa que manteve, primeiro com os jornalistas da SIC numa Redação Aberta, e depois com os telespetadores na “Opinião Pública”, António Costa referiu-se ainda à polémica dos cartazes. Diz que os viu antes e que pressupôs que fossem “casos reais”.

“Houve uma aselhice na escolha dos rostos para contar as histórias de milhares de portugueses anónimos. (…) Foi um disparate, uma aselhice e o PS pediu desculpas”, disse António Costa acrescentando que “podiam não ser nenhuma daquelas pessoas”, mas que o que importa é que “há 600 mil desempregados” e mais de “300 mil pessoas que foram obrigadas a emigrar”.

Durante a redação aberta da SIC, António Costa deixou ainda mais duas informações. Diz não só que quer aumentar “progressivamente” ao longo da legislatura o investimento na cultura, mas também que quer “que a comunicação social – a RTP – passe para a tutela do ministério da cultura, para que seja um instrumento importante na estratégia” cultural de um eventual governo PS.

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