Yanis Varoufakis voltou à carga contra a troika (e o seu próprio Governo) e publicou uma versão anotada, e muito colorida, com a interpretação que faz do novo memorando assinado pelo Governo grego para o terceiro resgate.

Foram meses de turbulência enquanto esteve ao leme das Finanças gregas. Terminado o referendo e a vitória do Não que tanto defendeu, foi afastado por Alexis Tsipras do Governo mas não foi por isso que deixou de participar ativamente, sempre no seu estilo cortante, na vida política grega, em especial no que diz respeito ao resgate grego.

Yanis Varoufakis voltou a utilizar o seu blogue para atacar o acordo, a troika e o seu próprio Governo. Numa versão anotada, que diz ter como destinatários os que não entendem a gíria da troika, o ex-governante, e agora deputado do Syriza, Varoufakis analisa o memorando de entendimento…ao seu estilo.

Nas notas ‘explicativas’ que coloca a azul entre o texto do memorando (que pode ler aqui na íntegra), Varoufakis traduz o que a troika chama de memorando de entendimento com as condições para o resgate à Grécia por “claro que a história verdadeira é que este MoU [memorando de entendimento] foi preparado para refletir a humilhante capitulação de 12 de julho, sob a ameaça de saída do euro feita a Alexis Tsipras na cimeira da zona euro”.

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O ex-governante diz que no documento o Governo grego se compromete a concordar com a troika, mesmo quando não concorda com o que lhe é apresentado, e que o contrário não é verdade do lado da troika, acrescentando que a democracia da Grécia está a ser vendida por grosso quando se compromete a que todas as leis tenham de ser aprovadas previamente pela troika.

Onde se lê que atacar a evasão fiscal deve ser uma prioridade, Varoufakis acrescenta que isto quer dizer uma prioridade “desde que não seja cometida pelos oligarcas que apoiem a troika completamente através das suas diversas atividades, incluindo a comunicação social falida da qual são donos”.

O resto do documento inclui ainda outros apontamentos coloridos, como se pode ler no caso da intenção dos parceiros europeus de desenvolverem medidas para criar 50 mil novos empregos, que Varoufakis diz que será atingido através de uma “qualquer fórmula mágica não incluída” no documento, já que esta medida não prevê novos recursos para o efeito.