“O nosso cenário macroeconómico foi entregue em Bruxelas e é firme e seguro”, respondeu na quinta-feira o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, depois de lhe perguntarem numa conferência de imprensa se, à semelhança daquilo que o Partido Socialista fez, a coligação Portugal à Frente (PàF, que juntam o PSD e o CDS) ia apresentar contas no seu programa eleitoral.

Portas aproveitou a pergunta lançada pelos jornalistas para criticar as previsões para o cenário macroeconómico dos socialistas. O partido liderado por António Costa apresentou na quarta-feira uma terceira versão das previsões para economia consoante o seu programa eleitoral — neste último documento, os socialistas preveem a descida do défice para abaixo dos 3% impostos pelo Tratado Orçamental em 2017, um ano depois dos socialistas. Além disso, o PS prevê que as medidas adicionadas ao programa económico (como a descida da TSU para os trabalhadores) terá custos mais elevados do que aqueles inicialmente previstos.

Para Paulo Portas, estas alterações não são a “melhor forma de gerar confiança”. “Até porque pode sempre perguntar-se se esta não é a última revisão antes da próxima.” E deixou ainda uma crítica ao PS, insinuando que o partido do Largo do Rato está a repetir em 2015 as propostas que apresentou em 2005, quando José Sócrates foi eleito com maioria absoluta: “O PS parece ter voltado à ideia de que são os governos que criam os empregos e que são os cartazes que prometem empregos. E os portugueses sabem muito bem o que aconteceu há uns anos atrás quando alguém prometeu 150 mil  postos que depois não existiram”.

Portas repetiu ainda a mesma ideia várias vezes durante a conferência de imprensa: “São as empresas que criam emprego. Não são os governos, não são os partidos, não são os cartazes”.

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