“O grupo EI usou na quinta-feira ‘bulldozers’ para destruir o mosteiro de Mar Elian, em Al-Qaryatain”, localidade da província de Homs que está sob o controlo dos ‘jihadistas’ desde 05 de agosto, afirmou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman. O grupo radical sunita também divulgou imagens da destruição do antigo mosteiro, datado do século V.

O representante do OSDH disse que os extremistas destruíram o mosteiro católico “sob o pretexto de que o monumento é usado para adorar outros que não a Deus”.

O mosteiro tem o nome de um santo oriundo de Homs que foi martirizado pelos romanos, depois de ter recusado abandonar o cristianismo. O local tem sido um lugar de peregrinação e de diálogo inter-religioso em Al-Qaryatain, cidade que também é um símbolo da coexistência entre cristãos e muçulmanos.

No dia em que assumiram o controlo de Al-Qaryatain, os ‘jihadistas’ do EI sequestraram cerca de 230 pessoas, incluindo dezenas de cristãos. Segundo o OSDH, 48 pessoas foram libertadas e 110 foram transportadas para um bastião ‘jihadista’ em Raqa (norte). O paradeiro de outras 70 pessoas permanece desconhecido.

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Em maio último, um padre católico sírio deste mosteiro, o padre Jacques Mourad, foi sequestrado por três homens encapuzados, depois da tomada da antiga cidade de Palmira, que fica perto de Al-Qaryatain.

O grupo radical sunita, que controla vastas áreas na Síria e no Iraque, tem vindo a destruir vários tesouros históricos, incluindo igrejas e santuários, por considerar que estes locais são hereges.

Esta semana foi igualmente divulgado que o EI decapitou um dos maiores especialistas dos tesouros arqueológicos de Palmira, classificada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como Património Mundial da Humanidade em 1980. Khaled al-Assad, de 82 anos, era o antigo responsável pelas antiguidades e pelos museus de Palmira e ajudou a preservar os tesouros arqueológicos da cidade, também conhecida como a “pérola do deserto”, durante meio século.

Os ‘jihadistas’ do EI, combatentes que iniciaram em junho de 2014 uma grande ofensiva e que se assumem como participantes numa ‘guerra santa’, proclamaram um “califado” nos vastos territórios que controlam na Síria e no Iraque.