Uma defesa às críticas e um contra-ataque. Nesta sexta-feira, o PS defendeu-se das críticas de Paulo Portas às contas socialistas do programa e desafiou a coligação a apresentar o seu impacto económico. Ana Catarina Mendes, dirigente socialista e cabeça-de-lista por Setúbal, acusou Paulo Portas de lançar “afirmações falsas” e de ter  “descaramento” ao dizer que o PS reviu as contas em três meses — porque o Governo que faz parte “não só não tem contas que suportem o programa eleitoral” como “bateu recordes de alterações orçamentais”.

A política por estes dias anda em torno das contas do Partido Socialista de impacto orçamental das medidas que lançou no programa eleitoral. No rescaldo da apresentação do estudo de impacto, o vice-primeiro-ministro Paulo Portas apontou o dedo aos socialistas dizendo que já é a terceira vez que o PS altera as contas e que essa “não é a melhor forma de gerar confiança”.

O PS ouviu e não gostou. Esta sexta-feira, Ana Catarina deu a resposta: “O vice-primeiro-ministro veio dizer que o PS refez pela terceira vez as suas contas e que não é a melhor forma de gerar confiança. Doutor Paulo Portas, esta afirmação é falsa e é em primeiro lugar uma mentira”, disse para logo depois lançar o desafio à coligação PSD/CDS:

“Desafiamos os nossos adversários, e em especial a coligação, a apresentar as suas contas. O que este documento veio mostrar é que o programa está dentro de um envelope que respeita os compromissos internacionais e o pagamento de pensões e salários”.

Contudo, a resposta socialista não ficou por aqui. A cabeça de lista por Setúbal considerou as declarações de Paulo Portas “um descaramento” até porque se a coligação não tem contas que “suportem o programa eleitoral” também “não parecem estar interessados em apresentá-las”. Para esta afirmação socorreu-se de uma entrevista que Pedro Reis, coordenador do programa da coligação, deu ao Jornal de Negócios. E soltou uma acusação: “Até porque sabem que entre junho e outubro essas contas estariam já desfasadas da realidade”.

Para o fim ficou uma outra acusação. O Paulo Portas “que acusa o PS de instabilidade é um vice-primeiro-ministro de um governo que conseguiu bater o recorde ao apresentar 8 rectificativos e 4 orçamentos – o recorde das alterações orçamentais – fruto de sucessivas derrapagens orçamentais. Foram 12 orçamentos”, acrescentou.

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