A iniciativa chama-se “Read and Ride” [Lê e Pedala] e promove hábitos de leitura aliados ao exercício. A obesidade e o baixo interesse literário entre as crianças são problemas cada vez mais graves, mas obrigar os alunos a passarem até seis horas sentados numa secretária não ajuda. Enquanto muitas instituições promovem atividades ao ar livre, escola Primária de Ward na Carolina do Note (EUA) decidiu colocar bicicletas no interior de uma sala de aula. A ideia surgiu em 2009 e partiu do conselheiro pedagócio, Scott Ertl.

O método é simples: a escola criou uma sala de “exercício da leitura”, com várias bicicletas estáticas. Os alunos entram, escolhem um livro e passam os 15 a 20 minutos seguintes a ler e a pedalar.

Além de combater a obesidade, um dos maiores problemas de saúde pública do século XXI, o exercício tem promovido o gosto pela leitura o que é tido como positivo pois parece existir uma relação muito próxima entre a iliteracia e a criminalidade. Um relatório do Register Herald, mostra que 85% dos delinquentes juvenis norte americanos são “iliterados funcionais”, pois não têm capacidades literárias suficientes para conseguir um emprego.

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A grande vantagem atribuída ao projeto é que os alunos não só exercitam o corpo, como a mente. Resultados de 2014 de três escolas no estado do Texas também revelaram que as escolas que oferecem aos alunos a oportunidade de se mexerem durante as aulas têm jovens mais concentrados e com melhores resultados académicos. O projeto “Read and Ride” parece comprovar as investigações. Alunos com o Distúrbio de Défice de Atenção (DDA) têm conseguido aumentar o foco na leitura. Ertl explica ao Education World que “andar de bicicleta transforma ler numa atividade divertida para as crianças, mas também ajuda aqueles que se sentem frustrados a relaxar enquanto lêem”.

Benefícios comprovados

A escola de Ward compilou dados dos testes e das competências literárias das crianças. Os alunos que passavam mais tempo na “biblioteca de exercício”, demonstravam uma capacidade de leitura 83% acima dos alunos que passam o menor tempo a “ler e pedalar”. Ertl não estava à espera de resultados tão eficazes. Começou o projeto porque o achava divertido e diz: “aposto que alguns miúdos iam achar engraçado ler e pedalar ao mesmo tempo. Vou arranjar umas biciletas estáticas, daquelas do ginásio, e ver no que dá”.

Até agora, tem resultado. Já existem salas “Read and Ride” em 30 dos Estados norte-americanos, mas as notícias na imprensa internacional podem levar a que o projeto chegue além-fronteiras. O preço da iniciativa é reduzido, pois a maioria das escolas que aderem ao projeto utilizam bicicletas doadas ou em segunda-mão.

https://twitter.com/zyngaorg/status/635482128332029952

Texto de Karla Pequenino, editado por João Cândido da Silva