Nunca uma seleção nacional portuguesa de basquetebol, masculina ou feminina, tinha conseguido chegar a uma final Divisão A de um Campeonato da Europa. Mas, este sábado à noite, fez-se história. A seleção feminina sub-16 derrotou, na meia-final, a Espanha por 64-44. A final está marcada para domingo, às 19h45, no Centro de Desportos e Congressos de Matosinhos. Se derrotarem a República Checa, as jogadoras portuguesas vão dar a primeira taça europeia de basquetebol a Portugal.

A seleção portuguesa já tinha feito um jogo de treino com as congéneres espanholas, poucos dias antes de 13 de agosto, data em que o Campeonato da Europa arrancou em Matosinhos. Ganharam e voltaram a ganhar este sábado, na meia-final, àquela que, juntamente com a França e a Rússia, é por tradição uma das principais candidatas ao título.

Mas o percurso das jogadoras nacionais nem começou bem. Logo no primeiro jogo do campeonato, perderam com a Rússia (45 – 59). Venceram a Eslováquia (45 – 65) e a Croácia (61 – 62), voltaram a tropeçar nos dias 17 e 18 de agosto, contra a República Checa (55 – 70) e a Itália (48 – 42), respetivamente.

“Somos claramente os underdogs do Europeu”, diz ao Observador Marco Rodrigues, selecionador distrital das sub-14 da Associação de Basquetebol do Porto, e que tem acompanhado o percurso desta geração. “Achávamos que esta seleção era inferior à geração anterior, as atuais sub-18, chamadas de geração de ouro. Mas a equipa esteve sempre a crescer e a defender cada vez melhor”, conta.

Desde a derrota com a Itália que as sub-16 não mais perderam. Logo no dia seguinte bateram a Turquia por uns expressivos 80 – 59. Depois, derrotaram a França, por 62 – 54. “O ponto alto foi sexta-feira com a França, que era claramente favorita. O tiro exterior [de três pontos] funciona muito bem”. Segundo o treinador, Ana Ramos, Beatriz Jordão e Mariana Silva têm-se destacado no coletivo.

Junte-se o apoio do público e a mão do treinador Agostinho Pinto, que este ano passou de adjunto para treinador principal desta seleção, e eis-nos chegados aqui. Marco Rodrigues acredita que a derrota recente com a República Checa por uma diferença de 15 pontos não é uma sentença para o encontro de amanhã. “Nunca se sabe o que pode acontecer no domingo. É uma final, os ânimos são outros”.

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