As autoridades da capital venezuelana proibiram neste domingo os cidadãos de fazerem fila à porta dos supermercados fora do horário de funcionamento, principalmente à noite, por considerarem que estimula a especulação e as vendas ilegais. O chefe do Governo Distrital de Caracas, Juan Dugarte, anunciou a medida durante uma entrevista no canal privado Televen, indicando que foram constituídas “brigadas populares” para vigiar os supermercados.

“É proibido fazer filas fora do horário de abertura ao público, porque gerentes, caixeiros e outros trabalhadores, bem como distribuidores de alimentos, avisam os especuladores sobre a chegada de produtos de consumo, que por lei são vendidos a preços baixos”, afirmou.

Na Venezuela são cada vez mais frequentes as longas filas de clientes juntos dos supermercados, mesmo antes da abertura de portas, à espera para conseguir comprar produtos básicos que escasseiam e que são vendidos mesmo antes de serem colocados nas prateleiras. Entre esses produtos estão o arroz, a farinha de milho, a margarina, o açúcar, o óleo vegetal, o café, os sabonetes e papel higiénico.

O Governo venezuelano atribui a escassez ao contrabando de produtos para a vizinha Colômbia e ao açambarcamento por parte de revendedores ilegais. A oposição acusa o Governo de dificultar a produção local e de atrasar a entrega dos dólares que os empresários necessitam para fazer as respetivas importações de produtos.

Na Venezuela vigora desde 2003 um sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país. Para aceder aos dólares para as importações, os empresários têm que pedir autorização ao Estado.

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