A porta voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, criticou “a propaganda do Governo” quando diz que vai devolver parte da sobretaxa do IRS e acusou PSD e CDS de “insultarem a inteligência” dos portugueses.

“Também vemos a forma como a propaganda política parece tantas vezes não ter limites e insultar até a nossa inteligência”, afirmou Catarina Martins, ao discursar em Quarteira, no concelho de Loulé, no último dos comícios de verão que o Bloco de Esquerda (BE) realizou no Algarve na última semana.

A dirigente do Bloco disse ter havido na Comunicação Social notícias que são “reveladoras das características deste Governo PSD e CDS” e que denotam a “propaganda, a negociata e a irresponsabilidade” com que o executivo da coligação de direita tem pautado a sua ação.

Catarina Martins deu como exemplo da propaganda os “dias sucessivos” que o Governo vem “prometendo que vai devolver a sobretaxa”.

“Dizem que há uma receita de impostos que permite devolver a sobretaxa para o ano que vem. É sempre bom porque as devoluções vêm sempre quando já não forem governo”, ironizou a dirigente do BE, sublinhando que “os números que apresentam dos impostos não batem certo com o que diz a Unidade orçamental do parlamento” e “o otimismo do Governo não tem correspondência com os números que são conhecidos”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Mas para a porta voz do Bloco de Esquerda, “a parte mais insultuosa e de propaganda é dizerem que vão devolver aquilo que foi roubado e que nem sequer devolvem por inteiro”.

“A sobretaxa não é dinheiro deles, andaram a cobrar impostos a mais para encherem os cofres para o número de propaganda que aí havia de vir. E agora dizem-nos que a vão devolver, vão devolver o quê? O ladrão pode chamar devolver a uma pequeníssima parte do que roubou e ainda por cima não e certo sequer que o faça?”, questionou a dirigente partidária.

Catarina Martins pediu às dezenas de pessoas que se concentraram no calçadão de Quarteira para a ouvir para imaginarem que iam ao supermercado fazer compras e “a cada mês nos roubavam sempre na conta e levavam mais do que era”.

“E passado um ano nos devolviam uma percentagem pequenina do que nos tinham roubado. Sentiam que estavam a devolver alguma coisa? É isto a devolução? Ou é isto a pura falta de vergonha de quem faz tudo em tempo de campanha eleitoral, insultando a nossa inteligência e tendo passado um ano inteiro a roubar as nossas vidas?”, acrescentou.

Por isso, Catarina Martins pediu para a 4 de outubro, dia das eleições legislativas, que os portugueses “se levantem contra este assalto”.