O terceiro resgate à Grécia continua a criar divisões dentro do Syriza e desta vez será a Presidente do Parlamento grego, Zoe Konstantopoulou, a nova dissidente a formar o seu próprio partido. O plano passará por uma coligação com o Unidade Popular, o novo partido formado pela ala mais radical do Syriza.

Zoe Konstantopoulou sempre foi uma opositora muito aberta da troika e da decisão de Alexis Tsipras de aceitar mais um resgate e até se especulava que devia sair do Syriza com os 25 deputados da Plataforma de Esquerda que saíram para formar um novo partido, uma decisão anunciada na sexta-feira passada.

No entanto, a polémica Presidente do Parlamento decidiu ficar de fora, tal como Yanis Varoufakis (os mais famosos dos dissidentes), dos planos do ex-ministro da Energia Panagiotis Lafazanis (o mesmo que tinha um plano para tirar a Grécia do euro à força, com apreensão das reservas de notas do banco central e a prisão do governador, em caso de desobediência) para criar um novo partido.

Agora, segundo a imprensa grega, Zoe Konstantopoulou estará na fase final para a criação de um novo partido, partindo ainda mais o Syriza de Alexis Tsipras, e acrescentando mais um grau de dificuldade para os restantes partidos no Parlamento. Nas últimas legislativas sete partidos conseguiram eleger deputados para o Parlamento (mínimo necessário de 3%). De fora ficaram 15 movimentos, entre os quais o novo partido de George Papandreou, o ex-primeiro-ministro pelo PASOK.

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Agora, com Konstantopoulou e o novo partido da ala radical do Syriza, o sistema político grego torna-se ainda mais fraturado e o Syriza perde aliados.

No entanto, segundo a imprensa grega, o plano da presidente do Parlamento passará por concorrer coligada com o Unidade Popular de Lafazanis. Ambos têm uma posição contra o resgate e contra mais austeridade.

Sempre polémica

A presidente do Parlamento é constante notícia na Grécia e raramente pelas melhores razões. A última polémica desta deputada do Syriza foi uma disputa acesa com o Presidente da Grécia, onde o acusava de ignorar a lei para convocar eleições antecipadas.

Zoe Konstantopoulou tem-se mostrado contra as eleições antecipadas pedidas por Alexis Tsipras, que se demitiu na passada quinta-feira, e diz mesmo que esta decisão não é democrática.

Por sua vez, o Governo demissionário de Alexis Tsipras acusa-a de se comportar como uma ditadora, especialmente após ter usado todos os expedientes parlamentares para evitar que o resgate fosse aprovado no Parlamento, obrigando os deputados a três votações durante a madrugada.