O Presidente da República, Cavaco Silva, congratulou-se esta quinta-feira por a pré-campanha para as eleições legislativas estar a decorrer com “serenidade” e sem “agressividades verbais” e apelou de novo ao diálogo entre partidos.

Cavaco Silva falou aos jornalistas no final de uma visita que efetuou hoje a uma fábrica de cortiça em São Brás de Alportel, no Algarve, onde antes também tinha estado no centro de dia da Santa Casa da Misericórdia e no Museu do Trajo locais, e pediu ainda para que os partidos trabalhem para esclarecer os eleitores até ao dia do voto.

“Congratulo-me com o facto de, até este momento, neste período pré-eleitoral, se tenha verificado serenidade da parte dos diferentes partidos, sem agressividades verbais, sem insultos e sem grandes crispações”, afirmou o Presidente da República.

Cavaco Silva disse esperar que “as forças políticas se empenhem na informação e no esclarecimento dos eleitores, de forma civilizada” e considerou que isso “aconteceu até agora” e dá ideia de que Portugal se está “a aproximar daquilo que acontece em campanhas eleitorais nos outros países europeus da nossa dimensão”.

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Questionado sobre a polémica dos debates televisivos, surgida depois de a Coligação PSD e CDS ter exigido a presença de Paulo Portas no confronto entre os representantes as forças com assento parlamentar, o chefe de Estado disse que os frente-a-frente vão ser importantes para esclarecer os eleitores, mas apelou aos partidos para não alimentarem questões que causem divisões.

“Mas o que apelo é que se concentrem acima de tudo no esclarecimento, na informação dos portugueses, e deixem de lado das questiúnculas e das polémicas, que fazem muito pouco sentido nesta fase em que é importante os portugueses saberem por que vão escolher A ou escolher B”, afirmou.

Perante a insistência dos jornalistas, Cavaco Silva acrescentou que “é isso que acontece nos outros países europeus” e manifestou o desejo de “que o diálogo seja algo que entre na cultura dos partidos no nosso país, o diálogo e a cultura de compromisso”.

“Espera-se que já tenham algum esclarecimento, mas que agora haja um empenhamento mais forte, até porque vão ocorrer os debates eleitorais, os candidatos vêm para a rua, vão contactar com muitos mais portugueses e, para além disso, acaba o período de férias e os portugueses ficam mais predispostos para acolher as mensagens e os esclarecimentos que vêm das diferentes forças partidárias”, considerou.

O Presidente da República afastou ainda a ideia de que a rejeição de compromissos entre os partidos para o período pós-eleitoral seja definitiva e não possa ser alterada após o escrutínio de 04 de outubro.

“Há muita coisa que se diz durante a campanha, mas o que é preciso ter em atenção, como acontece nos outros países da Europa, é que quando terminam as eleições cada um faz as suas concessões. E por isso, aquilo que vai ser executado pelo Governo não é o programa do partido A nem o programa do partido B, é aquele que resulta da junção das diferenças dos programas de cada um deles, é assim que deve ser, é assim que se passa nos outros países”, acrescentou.