A adesão à greve dos trabalhadores da Groundforce rondava pelas 12:30 deste domingo os 90% no aeroporto de Lisboa, causando atrasos nos voos e acumulação de bagagens, mas sem impacto no Porto, disse à Lusa fonte do sindicato.

De acordo com o balanço feito à Lusa pelo dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), Fernando Henriques, em Lisboa “a adesão ronda os 90% na placa e nos terminais de bagagens e passou dos 60% verificados no sábado na área dos passageiros para os 75%”.

No aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, “a adesão é menor”, uma vez que no plenário realizado naquela cidade “os trabalhadores decidiram concentrar o seu protesto no sábado, dia 29. Apesar disso, alguns trabalhadores aderiram ao protesto de hoje, mas sem grande impacto”, referiu o dirigente sindical.

A greve, que teve início às 00:00 de sábado, está a causar “atrasos nos voos entre os 30 minutos e os 45 minutos, mas não houve ainda cancelamentos”, disse, acrescentando que estão também a verificar-se atrasos de duas horas nos voos que chegam a Lisboa: “uma hora dentro do avião porque os passageiros não têm escadas para sair e mais uma hora de espera junto aos tapetes de recolha de bagagens”.

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Fernando Henriques referiu ainda que a paralisação está a ter impacto ao nível das bagagens em Lisboa onde, à semelhança do que aconteceu no sábado, “algumas centenas de bagagens não acompanharam os passageiros e não foram colocadas nos aviões”.

Entretanto, num comunicado enviado às redações, a Groundforce afirma que “a operação decorre normalmente não tendo sido registado qualquer cancelamento de voos, sendo os atrasos, perdas de bagagens ou qualquer dificuldade no tráfego normais para o mês de agosto, onde se regista um elevado fluxo de passageiros”.

Na sexta-feira, a ANA – Aeroportos de Portugal alertou para a possibilidade de o tráfego aéreo “sofrer algum constrangimento” no fim de semana devido à greve da Groundforce e aconselhou os passageiros a fazer o seu check-in através da internet. A Lusa tentou contactar a ANA, mas sem sucesso.

Os trabalhadores da Groundforce ratificaram na sexta-feira a greve de 48 horas que está marcada para hoje e domingo, e cujo nível de adesão está, “não só a corresponder, mas a superar as expetativas”, afirmou Fernando Henriques.

Os trabalhadores da SPdH – Serviços Portugueses de Handling (Groundforce Portugal) contestam a “postura de desrespeito” da empresa de assistência em terra e reivindicam a revisão dos horários de trabalho e dos salários e o fim da precariedade laboral.

A empresa de assistência em terra, nos aeroportos de Lisboa, Porto, Funchal e Porto Santo é detida em 49,9% pela TAP e em 50,1% pela Urbanos. Os trabalhadores da Groundforce estiveram em greve no dia 31 de julho. Segundo o SITAVA, a greve deste fim de semana abrange também os trabalhadores das cinco empresas de trabalho temporário que prestam serviço de handling – Adecco, Cross Staff, Multitempo, Inflight Solutions e RH Mais.