O secretário-geral da CGTP disse que mais de 80% do emprego criado entre outubro de 2013 e junho deste ano é precário e apelou a que os portugueses façam do domingo das eleições um “dia de luta nacional”.

“Estamos confrontados com um Governo que impôs uma praga de desemprego de precariedade e baixos salários ao país (…) Entre outubro de 2013 e junho 2015, o emprego criado cifrou-se 84% em empregos precários”, disse hoje Arménio Carlos em conferência de imprensa, após o Conselho Geral da CGTP em Lisboa.

O dirigente sindical citou dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) para destacar que, entre os trabalhadores, mais de um milhão leva para casa salários inferiores a 600 euros, mais de dois milhões abaixo de 900 euros e que cresceu para 20% o número de trabalhadores abrangidos pelo salário mínimo (505 euros).

Criticando a política social e laboral do atual Governo, Arménio Carlos pediu que o dia das eleições legislativas, 4 de outubro, seja usado como um “dia nacional de luta” para que haja uma “rutura com o Governo PSD/CDS e de apoio à política de esquerda e soberana que a CGTP defende”.

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O responsável disse que PSD e CDS preparam uma “nova ofensiva aos direitos sociais e laborais dos trabalhadores” caso continuem no poder e referiu que andam a “esconder as suas propostas de redução das pensões de reforma em 600 milhões de euros no próximo ano”.

Nas declarações aos jornalistas, ainda sobre o emprego precário, Arménio Carlos citou relatos que lhe chegaram do Algarve, afirmando que além de ser conhecido que nessa região grande parte dos empregos criados no verão são precários, “há cada vez mais salário mínimo nacional e há mesmo situações identificadas de grandes hotéis com jovens em estágio que nem o salário mínimo auferem”.

Defendendo que “nenhum país do mundo se desenvolve com baixos salários”, a CGTP defende um aumento real dos salários de pelo menos 40 euros por mês e do salário mínimo para 600 euros no próximo ano. Aqui, Arménio Carlos diz que esta é uma “proposta” e que como tal a CGTP está disposta a “negociar”.

A central sindical quer ainda que seja dada proteção social aos muitos desempregados sem qualquer apoio, a revogação da lei das 40 horas de trabalho por semana na administração pública e que mesmo os trabalhadores do privado passem para as 35 horas semanais, uma medida que – defende – até seria geradora de mais postos de trabalho.