Três líderes estudantis de Hong Kong começam hoje a ser julgados pelo envolvimento na manifestação de 26 de setembro de 2014 que deu origem ao movimento ‘Occupy’, de ocupação das ruas durante 79 dias.

Sobre o líder do movimento estudantil ‘Scholarim’, Joshua Wong, de 18 anos, o secretário-geral da Federação dos Estudantes, Nathan Law, de 22 anos, e o respetivo ex-presidente Alex Chow recaem acusações de reunião ilegal e incitação para participar em reunião ilegal.

Os crimes terão sido perpetrados durante esse protesto estudantil em que alguns manifestantes saltaram as grades metálicas e entraram na Praça Cívica, junto à sede do Governo.

Na semana passada, o advogado de Joshua Wong, Michael Vidler, declarou que iria apresentar ao tribunal um pedido para suspender o processo contra o seu cliente, por considerar “um claro abuso” toda “a lógica de procedimentos nesta altura, um ano depois dos acontecimentos”.

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Wong e Law foram também a tribunal no mês passado por acusações de obstrução à polícia num protesto realizado em junho, de que ambos se declararam inocentes.

Os estudantes estavam entre as dezenas que pessoas que se concentraram no exterior do Gabinete de Ligação do Governo Central Chinês em Hong Kong para se oporem a um “livro branco” da China, no qual Pequim afirmou o seu controlo sobre a região especial chinesa. Uma cópia do documento foi queimada nesse protesto.

O plano de reforma política proposto pelo governo de Hong Kong e apoiado pelas autoridades de Pequim foi chumbado pelo conselho legislativo da região em junho.

A proposta que esteve na origem do movimento ‘Occupy Central’ dava, pela primeira vez, oportunidade a todos residentes de Hong Kong de votarem em 2017 nas eleições para o chefe do executivo, mas sob a condição de que todos os candidatos — dois ou três no máximo — fossem pré-selecionados por um comité conotado com Pequim.