A CEO da gigante de tecnologia norte-americana Yahoo, Marissa Mayer, utilizou o seu blog na rede social Tumblr para anunciar esta terça-feira que se encontra grávida de gémeas, duas meninas. Conhecida por ser workaholic, Marissa Mayer escreveu também que se iria afastar por “um tempo limitado” e que iria “trabalhar durante” a sua gravidez. O anúncio rapidamente instalou a polémica. Em causa está a possível mensagem errada que a CEO possa estar a enviar às mulheres que trabalham em empresas de tecnologia, desvalorizando o usufruto da licença de maternidade.

A administradora da Yahoo anunciou que as meninas deverão nascer em dezembro e que a notícia era partilhada com “grande felicidade” por si e pelo seu marido Zachary Bogue, investidor em Silicon Valley. Há três anos, quando Marissa foi mãe pela primeira vez, tirou apenas duas semanas de licença de maternidade.

Esta atitude foi contestada por várias vozes como a de Ellen Bravo, diretora executiva da Family Values @ Work, uma empresa destinada a promover o equilibro entre trabalho e familia nos Estados Unidos. “Mesmo desejando o melhor para [Marissa] Mayer e para a sua familia, o meu coração está com todas as outras mães deste país que também tiveram que voltar ao trabalho após duas ou três semanas – na sua maioria, não tendo outra escolha”, escreveu num artigo de opinião da CNBC esta quarta-feira.

“A Yahoo dá 16 semanas pagas às mães biológicas, oito aos pais biológicos e [aos casais que são] pais adotivos ou de acolhimento. Quantas pessoas em cargos de chefia vão sentir-se confortáveis a tirar o tempo inteiro [da licença], se a mãe do maior cargo da empresa tira tão pouco [tempo]? Há um perigo real de que aqueles que tiram a licença permitida em papel sejam encarados como menos comprometidos e dedicados – e menos competente na gestão do tempo”, reitera ainda Ellen Bravo.

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