“Quanto mais rápido se puder vender, melhor. Com uma exceção, vender ao desbarato não.” Luís Marques Mendes deu a entender este sábado, no seu habitual espaço de comentário, que não era “impossível” adiar as negociações do Novo Banco caso a intenção fosse vendê-lo “por um valor que é claramente baixo”. O antigo líder do PSD falou na possibilidade de encerrar o processo e reabrir um novo concurso, mais tarde.

Vou tentar medir as palavras. Acho que não é impossível, bem pelo contrário, está cada vez mais possível, que este processo possa encerrar agora e possa reabrir daqui a algum tempo, pouco tempo, com um novo concurso. Um novo concurso com prazos mais curtos.

Para sustentar esta afirmação, Marques Mendes trouxe a debate três ideias: os dois anos previstos pela lei para a venda do banco, recordando que ainda só passou um ano; a existência de concorrentes estrangeiros interessados e que, não tendo participado neste concurso, poderiam concorrer no futuro e o facto de não se poder vender o banco a outro banco.

“Mesmo que o Governo queira apressar a venda do banco, acho que o governador do Banco de Portugal estará, e bem, do lado do interesse do país e não do lado do interesse do Governo”, acrescentou.

Mendes lembrou ainda que o grupo chinês Anbang mantém o seu interesse em adquirir o banco, se voltarem a ser convidados, “lá para mais tarde”, numa altura em que será conhecida a decisão do Banco Central Europeu em relação ao aumento de capital do Novo Banco. O comentador da SIC não terminou a sua intervenção sem antes repetir a ideia inicial: “Ser rápido é bom, desde que ser rápido não seja vender ao desbarato”. 

Recorde-se que, esta sexta-feira, o Diário Económico escrevia, sem especificar onde obteve a informação, que o Banco de Portugal tem um “Plano B” para o caso de fracassarem as negociações com a Fosun e, eventualmente, com a americana Apollo se esta também vier a ser chamada às negociações.

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