Não é fácil pôr Passos Coelho a falar sobre o que se pode seguir às eleições legislativas, mas numa entrevista ao CMTV, o líder do PSD deixa um sinal sobre qual será a sua perspetiva, num dos cenários mais possíveis para o day after: “Evidentemente todos temos de ser respeitáveis e respeitar o voto”, diz o ainda primeiro-ministro, para acrescentar um lembrete, talvez indicativo de uma opção:

Já estive na oposição e soube distinguir isso. Não precisei de ir para o governo com ninguém para apoiar esforços que o governo estava a realizar quando achava que podia evitar o resgate… E não regateei”

Lidas à letra, as palavras de Passos parecem indicar que Passos prefere o PSD fora do Governo, mas com uma promessa de atitude construtiva com um eventual governo do PS… em minoria. Também António Costa já tem dito que a opção de um governo minoritário não o choca – e o mesmo disseram, por exemplo, Ascenso Simões (cabeça de lista do PS em Vila Real) e Ferro Rodrigues, este numa entrevista ao Expresso.

Nesta, como noutras entrevistas, Passos diz que seria importante os portugueses darem uma maioria absoluta a quem escolherem para governar – mas a verdade é que as sondagens dão esse cenário como altamente improvável. Esta sexta-feira, o Expresso divulgou mais uma, com PS e coligação separados por um ponto percentual. Passos dá, mesmo assim, como “desejável” uma maioria, explicando que os dois projetos são muito diferentes.

Mas deixa claro que “uma coisa é ter programas que são incompatíveis, outra é saber como respeitar o voto dos portugueses”.

À CMTV, Passos mostra-se satisfeito com a melhoria do comportamento da coligação nas sondagens: “As pessoas também compreenderam que o processo a que fomos sujeitos foi difícil, mas que os resultados foram satisfatórios”.

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